Partilhareste artigo
Abriu a primeira loja em Portugal em 2019 e desde então tem crescido ao ritmo de 10 novos espaços por ano. Orgulha-se de oferecer a todos os seus colaboradores contratos sem termo desde o primeiro dia e quer continuar a alargar a sua presença em território nacional.
Relacionados
A espanhola Mercadona tem já 39 supermercados no nosso país, sendo que as aberturas mais recentes aconteceram, em 2022, no centro-sul do país (Setúbal, Montijo, Santarém, Caldas da Rainha e Oeiras).
Para a abertura destas lojas, a empresa investiu 35 milhões de euros na sua construção e criou 400 novos empregos que representaram um investimento de 1,2 milhões de euros em formação. Para este ano, a marca perspetiva consolidar o seu plano de expansão e conseguir 10 novas aberturas de loja, assim como continuar com os trabalhos de construção do bloco logístico de Almeirim.
A empresa pretende continuar a expandir-se na zona centro-sul, com um especial enfoque no distrito de Lisboa, embora a abertura de uma loja na cidade não esteja, para já, nos planos da Mercadona.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, a diretora de Relações Institucionais da Mercadona, Inês Santos, escusou-se a divulgar a quota de mercado e o volume de vendas que a empresa alcançou em Portugal, embora tenha revelado que, em 2021, a quota era de 3%.
Subscrever newsletter
“Valor que antevemos que tenha subido após as 10 aberturas de 2022, incluindo no Montijo e em Oeiras, lojas que têm batido recordes de vendas”. Paralelamente, a empresa atualizou os salários, em linha com o aumento da inflação e acelerou a progressão salarial. Inês Santos explicou que estas medidas se prendem com a necessidade que a empresa tem de contratar um volume elevado de colaboradores, devido à sua expansão e, ao mesmo tempo, ser competitiva no mercado.
“Quanto mais motivados e satisfeitos estiverem os nossos colaboradores, mais a Mercadona avança”, Inês Santos, diretora de Relações Institucionais da Mercadona.
Aumentos salariais
“Recentemente adotámos medidas que acreditamos que nos permitem ser competitivos e oferecer boas condições a toda a equipa: aumentámos o salário de entrada para os operadores em 11% e a isso somámos a atualização dos salários de todos os colaboradores de acordo com o IPC (Índice de Preços no Consumidor) de dezembro (9,6%)”, disse Inês Santos.
Assim, um colaborador que inicie funções agora na Mercadona vai auferir de um salário de entrada de 13 601 euros anuais, 28% acima do salário mínimo português. Acrescem ainda os subsídios de alimentação, domingos e feriados e noturno. “Quanto mais motivados e satisfeitos estiverem os nossos colaboradores, mais a Mercadona avança, porque para podermos oferecer um serviço de excelência, temos também de ter profissionais de topo”, afirma Inês Santos.
Já no que à progressão salarial diz respeito, a empresa explica que a partir deste ano, os operadores de supermercado poderão chegar ao escalão mais alto num máximo de quatro anos em funções, aplicando-se em cada ano uma subida de 11% no salário.
Assim será alcançado um salário de 18 601 euros, praticamente 75% acima do salário mínimo nacional. Formação Todos os colaboradores têm um período de formação inicial. Como afirma Inês Santos, a formação é mesmo um pilar fundamental da política de Recursos Humanos.
Nesse sentido, e para que a empresa possa continuar a crescer na zona centro-sul de Portugal, vai ser criada uma nave de formação no Centro de Coinovação de Lisboa. Este projeto permitirá dotar os novos colaboradores de conhecimentos teóricos e práticos para desempenharem as suas funções em loja.
“Esta nave está integrada nas instalações do Centro de Coinovação, o que nos permite criar sinergias entre várias áreas da empresa”, reforça a responsável. Esta será a segunda estrutura do género, sendo que a primeira está localizada em Matosinhos e, só no ano passado, realizou mais de sete mil formações, tendo acolhido mais de 1500 colaboradores.
Produção nacional
A Mercadona é reconhecida por apostar nas suas marcas próprias. Mas também é uma empresa que se adapta às regiões onde está inserida. E é neste sentido que entra a força produtiva nacional.
Como refere Inês Santos, “no nosso modelo de empresa, o sortido de produtos é adaptado às diferentes regiões onde a Mercadona tem presença, o que faz com que o nosso portfolio de fornecedores portugueses vá aumentando”.
Assim, e à medida que o número de lojas cresce em Portugal, cresce também o número de fornecedores nacionais. “Se em Setúbal se produz um ótimo Moscatel, é lá que o vamos comprar, neste caso, ao produtor José Maria da Fonseca, que faz a nossa marca própria de Moscatel”, diz a responsável, acrescentando que a companhia tem vindo a reforçar a categoria dos vinhos, tendo mais recentemente adicionado à sua lista de fornecedores a Adega Cooperativa de Borba.
“Produz os vinhos monocastas da nossa marca própria e no setor dos queijos, temos os exemplos das Queijarias Guilherme e Zapata, especialistas em queijos tipicamente alentejanos”, detalhou. A loja de Oeiras No caso da loja de Oeiras, que abriu em dezembro, segundo a empresa, o espaço tem estado sempre cheio. Para dar vazão à procura, a equipa foi reforçada – habitualmente as equipas têm 65 colaboradores, mas esta tem mais de 100 – assim como a linha de caixa.
“As pessoas já estavam à espera desta loja e já sabiam o que queriam comprar, muito por experiência de outras lojas e do passa palavra”, diz a Mercadona, adiantando que os artigos mais procurados e que mais volume de vendas têm gerado são os produtos para a roupa e os de perfumaria.
Sem promoções
O aprimorar da marca própria é uma das caraterísticas da Mercadona. E isso faz a diferença, segundo a empresa de retalho. “Focamo-nos muito na qualidade da marca própria e não a temos por questões do preço/qualidade.
Se não conseguirmos assegurar a qualidade que o cliente deseja, não vamos colocar à venda só por causa do preço”, garante a marca. E, precisamente por causa da aposta na qualidade, não existem promoções.
“Entrámos num mercado altamente competitivo em termos promocionais (há cerca de seis anos, segundo um estudo da Nielsen, cerca de 50% das compras em Portugal eram feitas em promoções)”, diz a companhia, destacando que, por ter chegado ao nosso país com uma política de não promoções, consegue apelar à perceção da qualidade dos produtos, ao mesmo tempo que mantém os preços baixos. “Isto permite que, por não fazermos promoções, os produtores estejam do nosso lado”, reforça a Mercadona.
O “chefe” é que manda
Na Mercadona o cliente tem sempre a primeira e a última palavra. A empresa trabalha segundo um modelo de qualidade total, o que significa trabalhar do “chefe” (o cliente) para trás. E como é que o modelo funciona? Como explica a Mercadona, “não nos interessa ter mil e um iogurtes de morango, interessa-nos ter o melhor e, para isso, temos a equipa que faz a ponte entre o departamento de compras e a necessidade em loja”.
Ou seja, primeiro é identificada a necessidade do produto, que é estudado pelos especialistas da Mercadona em conjunto com os clientes. Depois, de acordo com os critérios, é procurado um fornecedor, que faça aquele artigo. Feita a amostra, é (ou não) aprovada pelo cliente e só depois colocado no mercado. “Sempre que há alguma alteração fazemos este caminho para trás, de acordo com o desejo do cliente”, frisa a marca.
com Joana Petiz
Deixe um comentário