A Mercadona está a fazer “reajustes” à operação em Portugal e, por isso, está a cortar nos preços, no tamanho dos futuros supermercados e no número de trabalhadores por loja. O movimento surge seis meses depois da abertura da primeira loja no Canidelo, em Vila Nova de Gaia. Em março, abre o primeiro dos dez supermercados previstos para este ano: Aveiro, nos terrenos do antigo matadouro municipal. Águeda, Ermesinde, Penafiel, Santo Tirso, Trofa são as localizações já conhecidas.
Defensora de uma política de preços sempre baixos todo o ano, a cadeia espanhola, após alguns meses a operar no mercado nacional, avançou com um corte. “Decidimos reduzir o preço a mais de dois mil produtos”, adianta Elena Aldana, diretora de relações externas Portugal.
Alimentação, bebidas, produtos de limpeza do lar, de higiene pessoal, perfumaria, fruta, peixe, talho e charcutaria, o corte é “transversal a todas as categorias”. De alguns cêntimos em alguns casos, noutros as reduções chegam a atingir três euros, caso do lote infantil nécessaire My Llama. A companhia não adiantou um valor global de poupança para o consumidor com o corte efetuado. “Continuamos sem uma política de promoções, mas sim de preços sempre baixos todo o ano, dando estabilidade de preço ao consumidor.”
Uma estratégia que contraria a lógica de funcionamento do retalho alimentar em Portugal, em que as promoções chegam a representar mais de 40% das vendas. O ano arrancou, aliás, com o Continente a comunicar a redução de preço em mais de 500 produtos de marca própria, um processo que começou “há vários meses” e que implicou um investimento de três milhões de euros, segundo a cadeia de retalho alimentar da Sonae.
Cadeia reduziu preço em mais de dois mil produtos, mantendo política de preços sempre baixos
“Devemos posicionarmos no mercado, o que significa que isso passa pelo preço, pelo sortido de produto que oferecemos aos consumidores, pelo tamanho das lojas e do número de colaboradores por loja”, justifica, dando sinal sobre por onde irão passar os próximos reajustes da cadeia ao mercado português, a sua primeira internacionalização.
Futuras lojas reduzem área
As dez lojas atualmente já em Portugal replicam o novo modelo de supermercado que a cadeia está a implementar em toda a rede em Espanha: lojas com 1900 m2, com capacidade para receber as 8000 referências de produto.
Em Portugal, a Mercadona tem um sortido distinto – desenhou a oferta depois de estudar o consumidor nacional no centro de co-inovação, em Matosinhos – e cerca de 5000 referências. “As futuras lojas vão ter uma área na ordem dos 1600 m2”, adianta Elena Aldana. A redução de área vai ter implicações no número de colaboradores por loja, que passa da atual média de 85 trabalhadores (por causa da abertura ao domingo) para 60.
A Mercadona em Aveiro (matadouro), já irá refletir estas alterações quando abrir em março. Será a primeira loja prevista para 2020 a abrir, faltando ainda conhecer algumas localizações. “As aberturas irão concentrar-se no distrito do Porto e Aveiro. Vamos manter a contratação local.” Empresa tem 900 trabalhadores efetivos.
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