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Depois dos despedimentos, a bonança. Ninguém diria a olhar para a folha de resultados da Meta para o quarto trimestre de 2022 e a totalidade do ano fiscal que os investidores ficariam satisfeitos, mas assim que os números foram apresentados as ações da empresa dispararam cerca de 20%. Os resultados foram mistos mas não tão maus como se poderia esperar, num ano desastroso para a casa-mãe do Facebook e do Instagram. A expectativa de que as vendas vão voltar a subir em 2023 e que o pior ficou para trás ajudam a explicar o fenómeno.
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É que os resultados apresentados pela empresa liderada por Mark Zuckerberg não foram, de todo, estelares. A gigante das redes sociais teve um último trimestre sofrível, com uma quebra de 4% nas receitas para 32,1 mil milhões de dólares, um aumento de 22% nas despesas e uma derrapagem significativa dos lucros, que caíram 55% para 4,6 mil milhões de dólares.
Só que os analistas pensavam que ia ser pior, o que explica a valorização instantânea das ações nas trocas fora de horas. A diretora financeira Susan Li disse inclusive que se as taxas de câmbio se tivessem mantido constantes as receitas teriam crescido 2%.
A responsável explicou que, neste período, a empresa sofreu o impacto negativo da quebra da procura por publicidade, que atribuiu a “um cenário macroeconómico incerto e volátil.” Embora as impressões de anúncios tenham crescido 23%, o preço pago pelos anunciantes caiu 22%.
Na globalidade do ano fiscal, as quebras foram mais modestas: -1% nas receitas para 116,6 mil milhões de dólares e menos 41% nos lucros para 23,2 mil milhões.
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“2022 foi um ano desafiante, mas penso que o terminámos tendo feito bom progresso nas nossas maiores prioridades e preparando-nos para entregar melhores resultados este ano, desde que continuemos a insistir na eficiência”, declarou Mark Zuckerberg, na conferência com os investidores que se seguiu à apresentação dos resultados. O CEO explicou que o tema de gestão para 2023 na Meta é “o ano da eficiência”, referindo que os despedimentos e reestruturação foram difíceis e assinalaram o início deste processo de eficiência.
“Vamos ser mais proátivos a cortar projetos que não estão a ter boa performance ou deixaram de ser tão cruciais, mas o meu grande foco é aumentar a eficácia com que executamos as prioridades de topo”, afirmou.
Se alguém achou que isto significava o abandono da ideia grandiosa do metaverso, que se tem revelado um sorvedouro de dinheiro sem grandes resultados para mostrar, atirou ao lado. Zuckerberg apressou-se a dizer que as duas prioridades da empresa são as mesmas do ano passado, Inteligência Artificial (IA) no curto prazo e metaverso no longo prazo.
O CEO disse que a Meta pretende tornar-se “líder na IA geradora”, expressão que designa os sistemas inteligentes que conseguem criar texto, imagens, música e outros conteúdos a partir de um pedido. Difere da IA virada para a recomendação, que analisa o comportamento e perfil do utilizador para recomendar mais conteúdos em que pode estar interessado.
Já a divisão dedicada ao metaverso, Reality Labs, teve um prejuízo de 4,3 mil milhões de dólares só no quarto trimestre. Mas Zuckerberg está empenhado na sua visão e dedicou algum tempo a falar do ecossistema que está a crescer em torno da realidade virtual, dos avatares e dos óculos Quest Pro, lançados no final do ano.
Facebook ainda cresce
Surpresa ou não, a rede social que completa este mês 19 anos ainda cresce. Atingiu em dezembro pela primeira vez 2 mil milhões de utilizadores diários ativos, uma subida de 4% – ou mais 71 milhões de pessoas que entraram na rede social diariamente no final de 2022. O número de utilizadores mensais também subiu 2%, para 2,96 mil milhões. Na família de apps detida pela Meta, que inclui Instagram e WhatsApp além do Facebook, houve um aumento de 4% para 3,74 mil milhões de utilizadores. É uma dimensão notável.
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