Na Grande Entrevista dada na madrugada desta quinta-feira à RTP, o CEO da EDP, António Mexia afirmou que a alteração das regras estabelecidas aquando da privatização da empresa acabou por perturbar os investidores e acionistas.
O presidente da elétrica nacional lembrou também que a empresa vai investir 12 mil milhões de euros nos próximos quatro anos. O investimento vai ser direcionado para as redes de distribuição de eletricidade, projetos solares fotovoltaicos e ainda eólicos, tal como o CEO já tinha avançado na atualização estratégica apresentada e Londres.
“Estamos completamente comprometidos. O que é preciso? Que haja uma estabilidade das regras para dar estabilidade aos investidores. É natural que certos acontecimentos tenham perturbado os investidores, em particular aqueles a quem foram dadas garantias de que não se iriam mudar as regras”, disse Mexia, referindo-se aos chineses da CTG, que há quase um ano lançaram uma OPA sobre a EDP e a EDP Renováveis.
Mexia referia-se também em concreto à entrada dos chineses da CTG na EDP, que foi feita no quadro específico das regras da privatização da empresa, que nessa altura incluíam a 100% todas as rendas e rentabilidades garantidas pelos custos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC) atribuídos às centrais da EDP até 2027.
Rendas essas que foram já cortadas em parte pela anterior tutela e que o relatório final da comissão de inquérito quer mesmo ver revertidas, corrigidas e devolvidas aos consumidores.
“Com ou sem OPA, a EDP será sempre uma grande empresa pela capacidade de se tornar global. Não depende da OPA”, disse o CEO, acrescentando ainda: “A OPA teve mérito. Para a semana os acionistas terão oportunidade de dizer o que pensam sobre a OPA”.
A entrevista exibida na madrugada desta quinta-feira na RTP3 surge na véspera de uma Assembleia Geral de Acionistas decisiva, que poderá ditar a extinção da OPA, ou obrigar a CMVM a dar apenas 45 dias à CTG para completar todo o processo para levar a OPA a bom porto.
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