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As taxas de juro vão subir, mas não deverão ultrapassar a fasquia dos 2% até 2023. Esta é a estimativa de Miguel Maya, presidente executivo do Millennium BCP, que, esta segunda-feira, anunciou que o banco registou um lucro de 112,9 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 57,8% face ao período homólogo de 2021.
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“Não perspetivamos que as taxas de juro venham a subir acima de 2%”, valor que “não compromete a economia”, afirmou hoje Miguel Maya na conferência de imprensa para apresentação dos resultados trimestrais.
O CEO do banco frisou inclusive que “o aumento moderado das taxas vem normalizar a atividade do banco”. “Taxas negativas é que são uma anormalidade, não só nos custos para os bancos como para tomar decisões”, frisou na ocasião.
“O repor a normalidade é bastante útil para o desenvolvimento sustentável da economia como um todo”, disse ainda.
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A esperada subida das taxas de juro não irá comprometer a economia portuguesa, assegurou. Quando o banco está a conceder crédito são feitas simulações a uma taxa de 3%, para afastar eventuais riscos de incumprimento, lembrou. Na sua opinião, não estão reunidas condições, como por exemplo uma taxa de desemprego alta, para que o aumento dos juros seja problemático.
No entanto, considerou que há alguns desafios para algumas empresas, principalmente para as altamente dependentes de energia e que “uma subida das taxas pode condicionar a sua viabilidade”. “Aí poderemos ter situações mais difíceis, a precisar de aprovisionamento”.
Já a inflação traz algumas incertezas no horizonte. Miguel Maya considerou “que em 2022 e parte de 2023 vamos viver com um aumento da inflação”. “Se uma inflação da ordem dos 2% é positiva como um todo, a questão é saber quando vai para este patamar” e, nesta matéria “a guerra na Ucrânia é um tema maior”.
O gestor advertiu que “temos de estar preparados para um contexto de elevada incerteza”. E admitiu não estar otimista quanto ao desfecho do conflito nem à sua duração.
Atento ao Novo Banco
Sobre a possibilidade de vir a comprar o Novo Banco, Miguel Maya sublinhou que o objetivo de crescimento do grupo “é o crescimento orgânico”. No entanto, “qualquer operação que vá ao mercado, nós olhamos para ela, mas não faz parte da nossa estratégia”.
Ainda assim, reconhece que o BCP “está muito melhor preparado” para operações deste âmbito. O banco irá “analisar e se e quando essa operação for ao mercado”. Como disse ainda, “pode ser ou não do interesse do BCP”.
Cem vagas
Uma das preocupações que Miguel Maya manifestou na conferência de imprensa prende-se com o recrutamento de pessoas com perfis tecnológicos. O banco necessita de quase “uma centena de pessoas” para a transformação digital do grupo.
O presidente executivo do Millennium BCP apontou que a concorrência por estes profissionais é muita, lembrando que há empresas internacionais a entrar em Portugal e que precisam dessas pessoas, e as universidades não conseguem ainda dar resposta ao mercado.
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