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O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, afirmou esta segunda-feira que pretende antecipar a meta do governo em que o investimento em inovação e desenvolvimento (I&D) represente 3% do produto interno bruto nacional (PIB).
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“Em 2021, o investimento em I&D chegou a 1,64% do PIB. Ainda é pouco. Devemos chegar a 3% do PIB em I&D em 2030, mas queremos antecipar isso”, disse o governante na inauguração do novo centro da Nokia para investigação e desenvolvimento em redes móveis 5G e 6G.
Costa Silva defendeu que é possível antecipar a meta, tendo em conta que outras multinacionais estão a investir no país, precisamente na área tecnológica. Foi há cerca de um ano que o governo avançou com uma “programação adequada” para alavancar o investimento em I&D, estimando que tal venha a representar 3% do PIB em 2030.
“Há cada vez mais propostas de investimento em áreas de centros de conhecimento e do saber, e isso é absolutamente vital. Temos aqui uma espécie de mudança do paradigma de intervenção das companhias internacionais. No passado, vinham para investir e criar hubs financeiros e de recursos humanos. Hoje, estamos a direcionar os investimentos para a área da tecnologia, do conhecimento, daquilo que são as respostas tecnológicas avançadas no futuro”, sublinhou.
Salientando os investimentos que a Nokia tem feito em Portugal, cuja atividade no país já leva 30 anos – “uma trajetória impressionante ao nível de tecnologia, criação de centros de conhecimento e centros de saber, em linha com a estratégia do governo” – Costa Silva asseverou que Portugal está a posicionar-se “na linha da frente” tecnológica, considerando também a presença de outras tecnológicas no país. “É isso que nós precisamos no nosso país”, disse.
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Para o ministro da Economia e do Mar, Portugal tem um papel a desempenhar para a “autonomia estratégica da Europa e da liderança tecnológica que a Europa deve ter em áreas-chave”. A área tecnológica, depreende-se, será uma delas, com Portugal a ser o “terceiro país da UE que mais engenheiros forma de alta qualidade”.
Tecnologia vale 40% das exportações. Saldo supera mil milhões de euros
“Defendemos um modelo de desenvolvimento económico que seja assente na inovação tecnológica, no conhecimento e na disseminação do conhecimento através de toda a estrutura produtiva”, prosseguiu Costa Silva, num discurso que elencou como “vital”, para isso, a aposta na educação e formação qualificada.
De acordo com o ministro, Portugal regista hoje “cerca de 72 mil pessoas” empregadas em 208 centros tecnológicos de multinacionais, “dos quais 37 são centros I&D”.
Parafraseando Galileu, que no texto da abjuração afirmou “E pur si muove” (a terra move-se), Costa Silva defendeu que “a economia portuguesa move-se”.
“Não é muito percetível ao país, hoje, mas a economia move-se de uma forma extraordinária e nós vamos ter resultados disso no futuro”, garantiu, enfatizando os desenvolvimentos aos quais o país tem sido palco no setor tecnológico.
“A maior parte do investimento em I&D é feito pelas empresas em consonância com o investimento público”, referiu o governante, aludindo ao papel dos investigadores que hoje fazem investigação e trabalhos de doutoramento dentro das empresas.
“São cerca de 26 mil, são muito significativos. Com o Ministério da Ciência e Tecnologia, queremos dar condições para que esses doutoramentos feitos em contexto empresarial sejam reconhecidos”, revelou. “É isso que também vai dinamizar todo o ecossistema”, disse.
Atualmente, de acordo com o ministro da Economia, “as exportações de alta e média tecnologia cresceram 40%, desde 2015”, e o “saldo da balança tecnológica do país multiplicou-se por 10 vezes”. De 119 milhões de euros em 2015 para 1 239 milhões de euros em 2021. “Alguma coisa se move na economia portuguesa”, vaticinou.
No fundo, o governo pretende, através do setor tecnológico, “transformar o sistema produtivo da economia portuguesa”. Foi nesse sentido, que Costa Silva terminou a intervenção nas instalações da Nokia a referir que o “esforço grande que o país está a fazer” com as agendas mobilizadoras.
“São 51 no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vão tocar em todos os grandes setores da economia e introduzir aquilo que a Nokia está a fazer”, afirmou.
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