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A Minsait, empresa do grupo Indra, quer chegar a 2025 com vendas de 150 a 160 milhões de euros em Portugal, sendo que 100 milhões serão por crescimento orgânico e os restantes 50 a 60 milhões serão obtidos através das aquisições em vista na área da Inteligência Artificial (IA) e da cibersegurança. Em estudo está, ainda, a criação de um centro de cibersegurança que servirá o grupo, a nível internacional, para instalar 500 engenheiros. Portugal é uma das localizações possíveis.
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“Este é um plano que está a ser estudado, mas não há ainda uma decisão concreta. O grupo precisa muito de engenheiros de cibersegurança, a nível global, e estamos a estudar onde vamos colocar um centro para trabalhar nesse âmbito. Pode ser em Portugal, mas estamos a concorrer com algumas outras geografias, como Itália ou México”, avançou ao Dinheiro Vivo o country manager da Minsait em Portugal. “É uma decisão que vai depender da procura de cada país, das condições de custo de cada um e, no caso da Europa, da possibilidade de podermos aproveitar os fundos do Next Generation ou dos Planos de Recuperação e Resiliência para fazer este investimento”, explica Vicente Huertas.
Portugal está “bem posicionado” nesta corrida, garante. “Desde que continuemos a trabalhar bem, estamos na corrida para ser a geografia escolhida. É muito bom, até porque temos em Portugal técnicos e engenheiros muito bem formados. E estamos dentro do espaço da moeda euro e, nesse sentido, concorremos melhor do que outras geografias e outras moedas mais sensíveis à mudança de câmbio”, frisa o responsável.
Vicente Huertas lembra que este é um projeto do grupo, numa lógica de longo prazo, não avançando, por isso, com previsões de investimento. Admite que possa haver novidades até 2025. Quanto à localização do projeto, “enquanto candidato a fundos do PRR, terá de ser em qualquer ponto do país que não seja Lisboa, mas estamos a pensar mais no Norte”, admite.
A Indra, que se assume como “empresa tecnológica líder em Espanha”, nasceu da prestação de serviços ao Estado na área do transporte e tráfego e da defesa e segurança. Com a expansão da oferta para os segmentos de energia e indústria, serviços financeiros, administração pública e saúde, bem como as telecomunicações, surgiu a marca Minsait, que agrega todas estas áreas
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. No total, o grupo, que tem projetos em mais de 140 países e presença local em 46, faturou, no ano passado, 3851 milhões de euros. Conta com 57 mil colaboradores em todo o mundo. Destes, 45 mil estão afetos à Minsait, que gerou receitas de 2517 milhões em 2022, e se assume como “líder em consultoria no âmbito da transformação digital e das tecnologias de informação na Europa e América Latina”.
A Indústria 4.0 é uma das áreas de aposta, com um “portefólio alargado de soluções”, seja ao nível da automação, da conectividade, da inteligência operativa ou da sustentabilidade. O grupo Inditex, a Coca-Cola, a Nestlé, a Repsol ou a Pfizer são alguns dos clientes da Minsait, bem como a Ence, Gamesa, Acciona, entre outros.
Presente em Portugal desde 1997, quando adquiriu a CPC e outras que se seguiram, como Azertia, Soluciona, e Tecnocom, com operações em Portugal, a Indra e a Minsait têm quase 900 trabalhadores, distribuídos por escritórios em Lisboa e Porto, um centro de serviços em Lisboa e três centros de suporte técnico, e cinco pontos logísticos no país (Amarante, Viseu, Coimbra, Évora e Faro), além de presença na Madeira e nos Açores com parcerias locais.
Faturou, no ano passado, 57 milhões de euros (sendo cinco milhões assegurados pela Indra), e espera, este ano, chegar aos 62 a 63 milhões. Em 2024, a intenção é superar os 70 milhões de euros. A Autoridade Tributária, o portal do Ministério da Justiça e as câmaras de Lisboa e Porto são alguns dos mais de 600 clientes que o grupo tem em Portugal, a par de nomes como Bankinter, CGD, Millennium bcp, EDP, CTT, TAP, grupo Pestana ou Super Bock.
A aposta é no crescimento orgânico, para chegar aos tais 100 milhões de euros de faturação no país, ao mesmo tempo que vão procurando oportunidades de compra. “Temos planos de aquisições, não serão muito grandes, mas serão aquisições estratégicas para complementar a nossa oferta, em áreas em que queremos acelerar o crescimento, como a IA ou cibersegurança. O plano é esse, para conseguirmos, em três anos, faturar mais 50 ou 60 milhões de euros por esta via. Mas estas coisas tanto podem acontecer muito rapidamente como podem demorar. Não é simples”, sublinha Vicente Huertas.
Quanto a investimentos, estarão “muito orientados” para a promoção da marca, quer em termos comerciais quer como entidade empregadora, junto de universidades e associações empresariais. Sem esquecer o foco na conquista do centro de cibersegurança, promete.
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