//Mobi.E. Carregar o carro elétrico meia hora vai custar entre 3,44 e 8,97 euros

Mobi.E. Carregar o carro elétrico meia hora vai custar entre 3,44 e 8,97 euros

De acordo com as simulações já avançadas pela Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), a partir do dia 1 de novembro os donos de carros elétricos que celebrem contrato com a Galp Power (a única empresa que já divulgou os seus tarifários) vão pagar entre 3,44 e 8,97 euros. “Foi tido em conta um carregamento de 30 minutos, para um consumo médio de 15 kWh, numa tarifa bi-horária (fora vazio)”, refere a UVE.

Os valores foram calculados tendo por base os preços que a Galp cobrará enquanto comercializador de energia para a mobilidade elétrica (CEME) – que oscilam entre cerca de 13 e 19 e cêntimos, consoante seja em vazio, fora de vazio, tarifa bi-horária ou tri-horária – e que incluem já um desconto de 20% no preço da eletricidade para quem aderir ao serviço Galp Electric até 31 de dezembro de 2018. Para quem já seja cliente da Galp em casa, a empresa vai oferecer a energia consumida em qualquer ponto de carregamento da rede pública Mobi.E até 30 de abril de 2019.

Na simulação da UVE, o preço da eletricidade para este carregamento é então de 2,78 euros (3,48 euros menos os 20% de desconto aplicados pela Galp), já com a taxa de acesso às redes e o desconto atribuído pelo governo (que o Dinheiro Vivo já tinha avançado) incluídos na tarifa de consumo de energia.

No entanto, a grande variação nos valores entretanto avançados pela UVE dizem respeito aos tarifários cobrados pelos operadores dos postos de carregamento rápido (OPC): os locais operados pela Cepsa são os mais caros (4,50 euros só pela taxa de operação, num valor de 8,97 euros pela totalidade do carregamento) e os da Prio os mais baratos (zero euros pelo serviços do OPC, num total de 3,44 euros).

Pelo meio ficam os postos da EDP (5,28 euros), Mobiletric (5,39 euros), Galp (7,03 euros) e KLC (7,13 euros).

Em última análise, estes serão os valores a pagar pelos utilizadores de veículos elétricos para percorrerem 100 km, já que se trata de um carregamento rápido de 30 minutos para um consumo médio de 15KWh. Veja-se o exemplo dois dois modelos elétricos mais vendidos em Portugal em 2018, de acordo com a ACAP: o Nissan Leaf apresenta um consumo médio de 14,8 kWh por 100 km, enquanto o Renault Zoe gasta 13,3 kWh na mesma distância.

Olhando para as tabelas divulgadas pela Mobi.E, a Prio optou por não cobrar qualquer taxa de operação nos postos que opera (como os de Sintra, Coimbra ou Porto, por exemplo). Logo, os clientes da Galp gastarão ali apenas o valor cobrado pela energia consumida, ou seja, 3,44 euros. As simulações da UVE mostram que este valor inclui dois cêntimos relativos ao Imposto Especial sobre o Consumo (IEC) e 64 cêntimos de IVA à taxa de 23%.

Já no postos da Cepsa em Abrantes, Fundão e Leiria só a taxa de utilização do posto ascende a 4,50 euros (15 cêntimos por cada minuto de carregamento), aos quais se somam 2,78 euros pela eletricidade consumida, e ainda os mesmos dois cêntimos de IEC e mais 1,68 euros de IVA a 23%, num total de quase nove euros.

Para os restantes operadores tidos em conta nos cálculos da UVE, só as taxas de operação para o carregamento rápido de 30 minutos simulado são de 1,5 euros para a EDP, 1,59 euros para a Mobiletric, 2,92 euros para a Galp e 3 euros para a KLC.

De acordo com Henrique Sanchéz, presidente da UVE, estes números mostram ainda assim as vantagens dos veículos elétricos. “Mesmo comparando com os carregamentos rápidos, e ainda só temos tarifário de um CEME [a Galp], o veículo elétrico é mais barato que os veículos a combustíveis fósseis”, diz o responsável. A comparação feita pela associação mostra que um carro a gasolina gasta 12 euros para percorrer 100 km, um carro a diesel exige 9 euros para a mesma distância, enquanto os veículos elétricos se ficam por 1,9 euros (tarifa bi-horária de eletricidade) e 3,7 euros (tarifa normal) nos carregamentos domésticos.

“Pelas nossas contas poderá ficar 10% a 20% mais barato [os carregamentos dos veículos elétricos] que o gasóleo, em termos médios”, disse Sanchéz em declarações à Lusa, acrescentando: “Sempre defendemos que o carregamento elétrico deve ser feito em casa, e, nessa impossibilidade, feito na rede pública e nessa, deve ser feito nos postos normais (até 22 killowatts) em parques públicos e em grandes superfícies”. Já a carga rápida “é para viagens e de emergência”.

Ao Dinheiro Vivo, o presidente da UVE tinha já admitido que os carregamentos rápidos na Mobi.E deveriam custar “entre os cinco e os 10 euros por cada 100 km percorridos”. Na visão do responsável, carregar o carro num posto rápido será assim 10 vezes mais caro do que num posto normal ou em casa.

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