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Qualquer tecnológica que queira fixar-se em Lisboa, tenha ela estatuto de unicórnio ou não, é, para Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), um “grande cliente”, o qual merece “um tratamento personalizado” da sua parte, confessou o autarca em conferência de imprensa na Web Summit, que arrancou esta quarta-feira para o segundo dia.
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O motivo, explicou Moedas, relaciona-se com o facto de estas empresas conseguirem criar muitos empregos no País, sobretudo para os mais jovens. A par disso, ao abrir as portas a startups e empreendedores de todo o globo, mais um passo é dado no objetivo de tornar a capital num “polo de inovação aberta”.
E a Web Summit, que se realiza na cidade já há sete anos, faz parte deste ecossistema, ajudando a atrair e a reter talento. A edição de 2022 conta com a maior comitiva de startups brasileiras de sempre, algo que a Moedas muito agrada, uma vez que “ter boas relações com o Brasil” é uma prioridade. “Estou muito contente por ter boas relações com os prefeitos do Rio de Janeiro e São Paulo”, disse. A Fábrica de Unicórnios, projeto apresentado no passado dia 27, “pode ser transportado” com o objetivo de “criar uma network pelo mundo e atrair talento”. A ligação Portugal-Brasil “não é hoje apenas sobre o idioma”, é sobre “trazer jovens para o país” e “complementar skills“.
Ainda sobre pontes construídas para outros países, chegou a vez dos Estados Unidos (EUA), nomeadamente o estado da Califórnia, São Francisco, com o qual a conexão “cresceu muito no último ano e continua a crescer todos os dias”, afirmou o presidente da CML, acrescentando que diariamente chegam à capital voos completamente cheios, vindos dos EUA. Quatro unicórnios portugueses estão sediados na cidade, que é uma das mais ricas do globo. Por seu turno, Lisboa também já conseguiu atrair oito unicórnios reconhecidos internacionalmente para se juntarem à Fábrica de Unicórnios: “um feito para um ano de mandato”, comentou.
A Fábrica de Unicórnios foi a bandeira da campanha eleitoral de Carlos Moedas, na altura que se encontrava frente a frente com Fernando Medina na corrida à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. “Este é um momento muito importante. Foi um projeto central ao longo do último ano. Um trabalho muito completo, que teve a capacidade de desenvolver num ano uma mudança radical como olhamos para a inovação em Lisboa”, disse o autarca.
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“Vamos multiplicar por seis o montante que estamos a investir na Fábrica de Unicórnios”, prosseguiu o responsável, explicando que a autarquia conta com o apoio de doadores privados, seja em dinheiro ou conhecimento. O objetivo inicial é começar com 20 empresas por ano, mas, segundo Moedas, a ambição é maior, contudo, este é um ponto que dependerá de outros fatores externos, ressalvou.
O diretor da Startup Lisboa e agora líder da Fábrica de Unicórnios, Gil Azevedo, deu ainda conta de que a incubadora lisboeta tem apoiado cerca de 40 startups por ano, num investimento de 35 milhões de euros. Com o lançamento da Fábrica de Unicórnios, o ecossistema vai conseguir apoiar o dobro de projetos (80) e aumentar os fundos angariados para 100 milhões de euros.
Ainda durante a conferência, questionado por uma jornalista irlandesa sobre a participação da Ryanair na Fábrica de Unicórnios, Moedas garantiu que o CEO da companhia aérea, Michael O”Leary, está muito entusiasmado com o projeto e que certamente poderá contar com o contributo da transportadora, que “é um exemplo de inovação num setor que está em constante mudança”. “A Ryanair quer participar, nós queremos que participem e estamos a trabalhar na forma como vão participar”. Os detalhes sobre a parceria serão anunciados em breve, concluiu.
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