//Montepio: Tomás Correia acusa BdP de não ter alertado para imparidades no Finibanco

Montepio: Tomás Correia acusa BdP de não ter alertado para imparidades no Finibanco

Tomás Correia começou a depor hoje à tarde no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, no âmbito do processo de impugnação das coimas de perto de cinco milhões de euros aplicadas pelo Banco de Portugal (BdP) à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) e a oito ex-administradores (um deles, Rui Amaral, já fora, por prescrição), nomeadamente, por violações das regras de controlo interno e incumprimento nos deveres de implementação de controlo interno, referentes à concessão de crédito.

No depoimento, que irá prosseguir na próxima sexta-feira, Tomás Correia afirmou que o Montepio tinha normativos internos que respeitavam a regulamentação do exercício da atividade, frisando que o banco nunca recebeu qualquer alerta do supervisor.

Referindo que presidiu à CEMG entre 2008 e 2015, período marcado por sucessivas crises e pela presença da ‘troika’ em Portugal, Tomás Correia afirmou que o banco conseguiu resolver todos os problemas com que se defrontou “sem pedir um cêntimo aos contribuintes”.

Sobre as operações visadas no processo, que teve origem na auditoria especial feita ao banco Montepio, a pedido do BdP, em 2014, pela Deloitte, e que culminou com a condenação em fevereiro de 2019, Tomás Correia salientou que parte delas foram herdadas do Finibanco.

Tomás Correia afirmou que, à exceção do crédito relativo à AM48 (Imocom), estas operações respeitam a empresas que eram participadas ou por administradores ou por acionistas do Finibanco, “violando todas as regras”.

“Nós respeitámos as regras, fomos leais, e depois somos confrontados com problemas que não criámos e que tivemos de resolver”, declarou.