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Os bancos do sul da Europa são os mais expostos a eventuais problemas com crédito malparado de empresas dos setores mais afetados pela crise provocada pelas medidas adotadas na gestão da pandemia.
O alerta é da Moody’s que espera que “a maioria dos novos empréstimos problemáticos surja nos setores mais afetados pela pandemia e entre as PME (pequenas e médias empresas)”.
“Os bancos do sul da Europa estão mais expostos do que os do norte da Europa a setores sensíveis a pandemias. A sua parcela de empréstimos ao consumidor e de empréstimos a PME também está acima da média europeia”, refere a agência de notação financeira numa análise com as perspetivas para a banca europeia, publicado esta segunda-feira.
Destaca que “o risco de solvência continua alto nos setores mais afetados pela crise, como o turismo, onde os bancos na Grécia e em Chipre têm exposições particularmente altas”.
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Frisa que, “entre as empresas, as PME são as mais vulneráveis, uma vez que foram mais gravemente afetadas pelos confinamentos impostos pelo governo em todos os países”.
Aponta que “as vendas ativas de NPLs (crédito malparado) nesses países continuarão a ser um fator de compensação importante”.
Na análise, em geral, a Moody’s aponta que mantém “uma perspetiva estável para a maioria dos sistemas bancários europeus, à medida que as condições operacionais se consolidam após a forte recuperação de 2021”.
“A perspectiva estável é apoiada pela recuperação económica contínua, embora desigual”, disse Maria Cabanyes, vice-presidente sénior da Moody’s, citada no comunicado relativo ao relatório hoje divulgado.
“Os bancos europeus têm capital, reservas para perdas com empréstimos e liquidez suficientes para salvaguardar seus perfis de crédito, embora as perspetivas para sua rentabilidade sejam fracas devido às baixas taxas de juros e ao lento progresso no aumento das taxas”, adianta.
Segundo a Moody’s, a qualidade do crédito baixou “menos do que o esperado, à medida que o apoio governamental relacionado com a pandemia diminui”.
“A Moody’s acredita que a eliminação gradual das medidas de apoio evitará um aumento nos empréstimos problemáticos, e os bancos centrais manterão sua política monetária acomodatícia até que a recuperação económica seja mais segura”, aponta a agência de rating no comunicado.
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