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É, pelo segundo ano consecutivo, uma Páscoa diferente. Com o país a desconfinar a conta-gotas, é para muitas famílias uma época mais virada para dentro e nos supermercados também. Na hora de colocar produto na prateleira, as cadeias voltaram a apostar na produção nacional: comprou-se mais borrego, queijo, amêndoas de chocolate a fornecedores nacionais e aumentou-se o número de produtores. É uma Páscoa made in Portugal, garantem. Até no takeaway.
“Para esta Páscoa, em termos de produtos estrela – ou seja, os mais típicos e procurados pelos clientes – o Continente está a trabalhar única e exclusivamente com fornecedores nacionais”, assegura fonte oficial da Sonae MC, a dona do Continente.
Há um ano, com o fecho abrupto dos cafés e restaurantes e das pequenas feiras regionais, muitos pequenos produtores de carne de borrego, cabrito e queijo viram-se a braços com muito produto e sem canais de escoamento. E a grande distribuição respondeu ao apelo do Ministério da Agricultora para abrir as prateleiras dos supermercados. O ano passado a generalidade das cadeias reforçou as compras nacionais. Esta Páscoa parece seguir o mesmo caminho.
“O Lidl tem como compromisso o apoio à produção nacional e desde o início da pandemia, estamos ainda mais atentos e conscientes da importância dos nossos compromissos perante um contexto adverso, tendo vindo a adotar diversas medidas para reforçarmos o nosso apoio”, afirma Alexandra Borges, diretora geral de compras do Lidl Portugal.
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Esta Páscoa esse compromisso resultou num aumento de 20% do número de artigos nacionais oferecidos na marca própria da cadeia, a gama Deluxe. “Aumentámos a compra de queijos, bacalhau, pá e perna de borrego nacionais. Na charcutaria nacional Deluxe, por exemplo, quadruplicámos as encomendas”, destaca.
Nas compras de doces nacionais típicos da época – Pão-de-ló tradicional húmido, Folar de gila, Folar da Páscoa com ovo, Delícia de creme e canela, Bola de carne e Folar de chocolate – “as quantidades estão em linha com o ano passado”. Enquanto na gama Favorina “todas as amêndoas com chocolate são de fornecedores portugueses, representando quase metade da oferta nesta gama.”
Com reforço no número de produtores. Na gama Deluxe “das categorias com produtos tipicamente da época, começámos a trabalhar com três novos produtores nacionais na categoria de queijos, um novo na categoria de charcutaria e um novo em peixes e mariscos”, adianta Alexandra Borges. E mais dever-se-ão juntar ao longo de 2021.
No ano passado, o Lidl lançou o projeto Da Minha Terra permitindo que produtores nacionais pudessem apresentar o seu produto para venda na rede de mais de 300 lojas a nível nacional.
“Estamos neste momento na reta final de toda a preparação necessária e em breve teremos novidades de quantos fornecedores nacionais irão integrar o sortido, reforçando mais uma vez, o nosso compromisso no apoio à produção nacional”, assegura a diretora geral de compras da cadeia alemã.
No Pingo Doce não só reforçaram o volume de compras de borrego, amêndoas e queijo como o número de fornecedores. “O produto de maior destaque na época da Páscoa e que está muito ligado à produção nacional é o borrego, sendo o Pingo Doce o retalhista que mais apoia a compra de borregos”, assegura fonte oficial da cadeia.
“Este ano, não só aumentamos o número de borregos comprados (+40%), como alargámos o número de produtores nacionais como quem trabalhamos – mais 30 produtores”, concretiza. “No queijo de ovelha, aumentámos as compras a produtores nacionais e temos mais oito produtores nacionais a trabalhar connosco. Nas amêndoas, crescemos fortemente nas compras a fornecedores nacionais e adicionamos à nossa lista sete novos fornecedores portugueses.”
Já no caso do folar e do pão de ló, a cadeia está com “com crescimentos muito fortes” mantendo “o mesmo nível de compras a fornecedores nacionais iguais aos valores antes da pandemia, apesar das restrições que ainda se mantêm”.
“Este ano comprámos a totalidade do borrego fresco para a campanha da Páscoa a produtores nacionais e a totalidade da quantidade de cabrito nacional disponível”, garante fonte oficial da Auchan.
Na carne ovina e caprina, a cadeia francesa trabalha diretamente com a produção. “Os produtores a quem compramos regularmente têm, por norma, no canal Horeca, uma alternativa com a qual este ano não puderam contar, encontrando-se alguns deles, como os produtores de raças autóctones, em situação de dificuldade de escoamento de stock. Assim, no sentido de corresponder às suas solicitações, reforçámos as parcerias com estes produtores de modo a escoar a mercadoria que o canal Horeca não irá comprar. “Resultado? Esta Páscoa aumentaram as compras de borrego em 45% e de cabrito em 30%.
“O Clube de Produtores Continente continua a aceitar inscrições de novos membros, porque o trabalho de apoio à produção nacional não se iniciou nem se esgotará no contexto de pandemia”, afirma fonte oficial da Sonae MC quando questionados sobre se tinham reforçado a carteira de produtores da cadeia nesta época.
“A parceria de longa data com a produção nacional tem permitido ao Continente disponibilizar nas suas lojas os produtos que os clientes mais procuram, particularmente nestas épocas festivas.” Um desses produtores, na oferta de takeaway de Páscoa, é a “Confraria da Empada, uma empresa da região de Lisboa, que se juntou ao Clube de Produtores Continente através do programa de apoio lançado durante o ano passado, com o propósito de integrar novos membros e ajudar no escoamento dos produtos”, adianta a cadeia.
O ano passado, com muitos meses confinados ou em teletrabalho, as vendas de takeaway nos supermercados caíram globalmente. Mesmo na Páscoa. “O ano passado foi um ano atípico em que os portugueses foram surpreendidos com um confinamento e que levou a que a procura por estes produtos não fosse muito elevada. Esta Páscoa também terá algumas restrições e acreditamos que a nossa proposta permitirá manter as tradições”, diz a Sonae MC. “Esperamos duplicar as vendas do ano passado”, acredita.
E o mesmo diz o Pingo Doce, a única com três cozinhas centrais onde são produzidos os pratos de pronto a comer da marca. “A Páscoa em 2021 será em tudo diferente da de 2020. Este ano já há um novo normal e as famílias foram-se adaptando a uma nova forma de celebrar. Com a tendência do crescimento do consumo em casa esperamos nesta Páscoa superar fortemente as vendas face à nossa campanha de 2020, para isso adaptamos os formatos para quantidades menores dada a redução do número de pessoas à mesa – à semelhança do que já tinham feito no Natal – e reforçamos o nosso serviço de entregas ao domicílio com vista a satisfazer os seus pedidos”, diz fonte oficial. Também aqui com um forte pendor na produção nacional.
“Trabalhamos com os nossos fornecedores de sempre e desenvolvemos com eles novas matérias primas. Nas carnes o foco está nas carnes nacionais desde a perna de borrego, roti de peru e o pato do nosso arroz. Para que os nossos parceiros pudessem fazer o seu plano de produção e garantissem toda a matéria prima que precisamos.”
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