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Os primeiros três meses de 2023 trouxeram resultados mistos à Netflix, que apresentou esta terça-feira os seus resultados trimestrais. A empresa desapontou os investidores ao adicionar menos novos assinantes que o previsto: 1,75 milhões contra os 2,3 milhões que eram esperados. As receitas também ficaram ligeiramente abaixo das expectativas (8,16 mil milhões em comparação com os 8,18 milhões apontados).
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No entanto, o serviço mostrou resiliência tendo em conta os altos e baixos dos últimos trimestres. Wall Street reagiu em linha: primeiro atirou as ações para o chão, devido aos resultados abaixo das expectativas, mas progressivamente a cotação recuperou, em especial devido a duas mensagens fortes que a liderança partilhou após a divulgação de resultados.
A primeira é de que a aposta numa versão mais barata suportada por anúncios passou de duvidosa a bem-sucedida. Na carta aos investidores, a empresa deu conta disso mesmo.
“Estamos satisfeitos com a atual performance e a trajetória da economia da publicidade por membro”, indicou. A métrica que a Netflix usa para avaliar o desempenho, ARM – a receita de streaming dividida pelo número médio de assinaturas pagas a dividir pelo número de meses no período – indica que os anúncios estão a ter bons resultados. “Nos EUA, por exemplo, os nossos planos de anúncios já têm um ARM total melhor que o plano standard”, revelou a empresa.
Por isso, a oferta será melhorada com mais streams e a qualidade de vídeo vai passar de 720pp para 1080p. “Acreditamos que estas melhorias vão tornar a nossa oferta ainda mais atrativa para um leque mais alargado de consumidores e irá fortalecer o envolvimento para os novos assinantes e os já existentes do plano com anúncios.”
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O segundo fator que agradou aos mercados foi o compromisso de alargar a estratégia de acabar com a partilha de contas de utilizadores individuais. O serviço pretende que os utilizadores que queiram partilhar dados de contas paguem para o fazer e a informação aos investidores indica que isto está a correr bem nos países onde já foi lançado. Isto inclui, obviamente, Portugal, um dos primeiros países onde a Netflix avançou para o controlo da partilha de passwords.
“Estamos satisfeitos com os resultados dos lançamentos no Canadá, Nova Zelândia, Espanha e Portugal, fortalecendo a nossa confiança de que temos a abordagem certa”, garantiu a empresa. O efeito inicial é de aumento de cancelamentos, explicou, mas é sucedido por uma onda de mais subscrições e receitas.
A empresa pretende agora alargar essa estratégia e incluir o enorme mercado dos EUA já no segundo trimestre.
“Em suma, começamos bem 2023”, considerou a Netflix. “Como sempre, o nosso foco continua a ser agradar aos nossos membros e atrair grandes criadores para que possamos continuar a construir um negócio de grande sucesso.”
Uma notícia adicional que surgiu com esta apresentação de resultados é que o negócio do envio de DVD pelo correio, que esteve na origem da empresa e que ainda mantinha depois de todos estes anos, será descontinuado. O site DVD.com vai deixar de funcionar no final de setembro de 2023.
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