Partilhareste artigo
O serviço de streaming Netflix perdeu 970 mil assinantes no segundo trimestre de 2022, o que ficou bem abaixo das previsões catastróficas que a própria empresa tinha feito. Em abril, quando divulgou os resultados dos primeiros três meses do ano, a Netflix indicou que a quebra poderia chegar aos dois milhões no trimestre de junho, o que deixou os investidores à beira de um ataque de nervos.
Relacionados
O facto de que as ações da gigante do streaming dispararam 8% após a divulgação destes números mostram o quão pessimista estava o mercado. Apesar de serem ainda piores que no trimestre anterior, estes resultados indicam que a Netflix conseguiu estancar a sangria – pelo menos por enquanto.
“O segundo trimestre foi melhor que o esperado no crescimento das assinaturas”, lê-se no início da carta da empresa aos investidores. A Netflix terminou o trimestre com 220,67 milhões de assinantes pagos, o que significa um aumento de 5,5% face ao mesmo período do ano anterior (mas um decréscimo em relação aos dois últimos trimestres).
As receitas têm continuado a subir, apesar dos solavancos no número de assinantes, e chegaram aos 7,9 mil milhões de dólares no trimestre, um crescimento de 8,6% afetado pela taxa de câmbio (porque o dólar está em máximos de vinte anos). O lucro foi de 1,44 mil milhões.
Subscrever newsletter
“O nosso desafio e oportunidade é acelerar o nosso crescimento de receitas e assinantes através da melhoria do produto, conteúdo e marketing, como fizemos nos últimos 25 anos”, disse a empresa aos investidores, “e melhor monetizar a nossa audiência.”
Esta monetização será reforçada com publicidade.
É que a divulgação dos resultados trimestrais acontece numa altura em que a empresa está a avançar no seu plano de lançar uma versão do serviço mais barata e suportada por anúncios, revertendo a sua histórica política de rejeitar publicidade. Na semana passada, foi anunciado que a Netflix escolheu a Microsoft como parceira para a introdução de anúncios, algo que surpreendeu o mercado, que apostava mais na escolha da Google.
Nesta apresentação de resultados, a empresa frisou o impacto negativo do fortalecimento do dólar contra as outras moedas, o que levou as receitas a crescerem 8,6% em vez de 13%.
Esta apreciação do dólar vai condicionar os resultados do terceiro trimestre, com uma redução dos lucros e das receitas apesar do aumento esperado do número de assinantes.
A previsão para o terceiro trimestre é agora de inversão da tendência de quebra, com a adição esperada de um milhão de subscritores.
Deixe um comentário