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O investimento do setor privado no ecossistema tecnológico de baixo carbono totaliza 140 mil milhões de euros, desde 2016, um valor muito àquem do necessário para se atingir a neutralidade carbónica, em todo o mundo. De acordo com um estudo da Boston Consulting Group (BCG), o investimento privado em tecnologias de baixo carbono tem de ser de 400 mil milhões de euros por ano, para se concretizar a descarbonização da economia mundial até 2030.
A BCG é parceira parceira da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), que decorre até dia 12 de novembro. Em comunicado, a consultora alerta que as tecnologias emergentes de baixo carbono e bimodais, como o hidrogénio, representam em 2021 apenas 3% do investimento privado, “um valor residual face ao impacto que estas soluções podem ter no ambiente, já que são capazes de reduzir 30% das emissões de carbono”.
Considerando que o “papel dos investidores privados é essencial para o crescimento e amadurecimento destas tecnologias”, A BCG insta o setor privado, em todo o mundo, a aumentar os níveis de investimento em tecnologias de baixo carbono. O ideal é que esse investimento seja “oito vezes superior ao registado em 2021 para atingir a neutralidade carbónica”.
A consultora garante que os investidores devem olhar para as tecnologias de baixo carbono “como oportunidades de retorno estratégico e financeiro”.
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A consultora norte-americana considera, ainda, que as corporate ventures “têm sido especialmente lentas a investir em tecnologias recentes e promissoras e que os restantes investidores participam com pequenos montantes”. E que a maioria do investimento privado tem sido alocado à mobilidade elétrica e às energias solar e eólica, o que é insuficiente para a BCG.
Desde 31 de outubro que decisores políticos e milhares de especialistas e ativistas têm-se reunido em Glasgow, na Escócia, na COP26, para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e aumentar o financiamento para ajudar países afetados a enfrentar a crise climática.
A COP26, que decorre até dia 12 de novembro, ocorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão, no final do século XXI, superiores em 2,7 graus centígrados.
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