“Ter um piloto de 5G numa cidade é um objetivo político” faltando um debate alargado sobre a implementação desta tecnologia no mercado nacional, considerou Miguel Almeida, CEO da NOS, durante o debate do Estado da Nação das Telecomunicações, durante o congresso da APDC, a decorrer no CCB, em Lisboa.
“Não podemos confundir agendas politicas com realidade. Não conheço nenhum use case que não possa funcionar sobre 4G. A realidade nacional é diversa de outros países europeus. Estamos longe de esgotar a capacidade das redes atuais”, considerou Miguel Almeida. Para o responsável da NOS há que pensar o 5G não apenas com a preocupação de “engordar o Orçamento de Estado em 2019 ou 2020”.
Há uma calendarização para o arranque do 5G na Europa em 2020.
“Temos que promover o investimento e não em compor o Orçamento de Estado. Não consigo perceber como é que já se fala de leilão eletrónico. Há indícios de se querer seguir a agenda europeia, ignorando a realidade nacional”, afirma o CEO da NOS.
“Temos que esgotar a capacidade atual e o forte investimento feito. Em termos de regulação, não se pode apenas calendarizar uma data e disponibilizar frequências”, reforça Mário Vaz.
Alexandre Fonseca destacou a cobertura de mais de 95% do território em tecnologia 4G, resultante de investimento dos operadores. “Não faz sentido colocar dinheiro à cabeça” e depois esperar que surja a procura pelos serviços 5G, reforçou o CEO da Altice Portugal.
“Todos os operadores tiveram a capacidade de mostrar mais uma vez a sua capacidade técnica. As necessidades 5G dos consumidores não existem hoje A atribuição de faixas de espetro 5G é um debate que tem que ser feito mas é demasiado cedo”, diz.
Os operadores defenderam a partilha mesmo no caso do 5G. “Defendemos a partilha de infraestruturas em relação ao 5G, como já tínhamos defendido no caso da fibra e defendemos no caso das condutas e postes”, referiu Miguel Almeida.
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