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A Fundação do Gil deu início à construção da Clínica Gil, um espaço dirigido às questões de saúde mental infantil, que funcionará com um modelo económico autossustentável.
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O espaço estará disponível para receber todas as crianças e adolescentes que precisem de apoio, pelo que se praticarão preços de mercado e preços sociais – estaremos verdadeiramente abertos para todos -, sublinha Patrícia Boura.
A presidente executiva da Fundação do Gil, explica que, de acordo com estudos desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco crianças apresenta necessidade de apoio ao nível da saúde mental. Além de dados objetivos, a constatação de que as crianças acolhidas na Casa do Gil apresentavam cada vez mais questões de neurodesenvolvimento, levou a que a fundação quisesse “construir um espaço aberto à sociedade civil” que trabalhasse estas questões.
O projeto assenta num modelo económico autossustentável em que quem tiver condições económicas paga as consultas a preço de mercado, para que as famílias com mais constrangimentos financeiros não deixem de poder aceder a cuidados especializados.
Apoio ao financiamento
Apesar da pandemia ter posto travão à iniciativa durante algum tempo, foi possível lançar uma campanha de angariação fundos com a ZIPPY, por forma a apoiar a construção da clínica. Ainda assim, os constrangimentos nas cadeias de abastecimento devido aos confinamentos permanentes na China, os níveis históricos de inflação e depois a guerra na Ucrânia, levaram a que os valores inicialmente pensados para a construção “disparassem”.
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Foi nesta altura que a Jerónimo Martins também se associou ao projeto, o que permitiu dar início à construção, estando prevista a abertura da clínica para “setembro ou outubro deste ano”.
Embora conte com a ajuda dos dois principais mecenas – ZIPPY e Jerónimo Martins – , e também de um conjunto de outros investidores singulares e empresariais, a fundação continua à procura de “empresas que estejam alinhadas com o tema da saúde mental na infância e juventude”. Contudo, qualquer pessoa pode apoiar a construção da clínica através do site da Fundação do Gil, fazendo um donativo isolado ou mensal.
Com uma equipa multidisciplinar formada por pedopsiquiatras, psicólogos, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais e psicopedagogos, a clínica “trabalhará todas as áreas que permitam promover a saúde mental, desde as questões mais complexas às mais simples e ligeiras”. Além disso, os utentes da clínica podem ainda ter acesso a terapias pelas artes, musicoterapia, ioga, meditação e grupos terapêuticos.
Para os adolescentes, estarão a funcionar também programas específicos, voltados para uma lógica de coach, que lhes permita obter apoio num “conjunto alargado de áreas do seu desenvolvimento” e fase de transição para a vida adulta. “A Clínica do Gil quer constituir-se como promotora da saúde mental para a infância e adolescência”, reitera Patrícia Boura.
De acordo com a presidente executiva, “as necessidades são enormes e a oferta reduzida”, do ponto de vista social são maiores ainda e praticamente “não têm resposta nenhuma”. É por isso que a Clínica do Gil é aberta a todos, constituindo-se como projeto “único e inovador”, que crescerá de acordo com as necessidades da sociedade.
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