//Novo Banco conclui reestruturação com venda da sucursal em Espanha

Novo Banco conclui reestruturação com venda da sucursal em Espanha

É “claramente o final do processo de reestruturação do banco que foi iniciado há três anos”. É assim que fonte do Novo Banco descreve o fecho da venda da sucursal espanhola do banco ao Abanca. O anúncio da operação foi feito ontem de manhã e marca o fim de um ciclo para o banco criado na sequência da resolução do Banco Espírito Santo. “Como disse António Ramalho (presidente-executivo do Novo Banco) na apresentação de resultados, 2021 é o ano do crescimento e da rentabilidade. Foi até anunciado que já, no primeiro trimestre, o banco apresentaria resultados positivos”, lembrou a mesma fonte. “Deste modo, a decisão de sair de Espanha foi uma decisão estratégica do Novo Banco, mas que permitirá ajudar ao cumprimento do compromisso de viabilidade previsto no acordo com a Comissão Europeia”, frisou.

O Novo Banco Espanha tem um volume de negócio de 4.287 milhões de euros e opera 10 agências, situadas em centros urbanos, especializadas em banca pessoal, privada, de empresas e institucional. O banco conta com uma equipa de 172 colaboradores e uma rede com 102 agentes financeiros especializados.
“Esta era a operação mais relevante para desinvestimento”, disse a fonte do Novo Banco, lembrando que a estratégia do banco já levou ao ” desinvestimento em 15 subsidiárias internacionais não core”. A conclusão da venda do Novo Banco Espanha deverá ficar concluída no segundo semestre de 2021. O início do processo de venda deu-se em maio de 2020.

A operação, que ainda terá de ser aprovada pelos reguladores, permite ao Novo Banco focar-se na sua atividade em Portugal. “Esta transação representa um marco relevante no processo de desinvestimento de ativos e operações não core, permitindo ao Novo Banco prosseguir a sua estratégia de reafetação de recursos à atividade bancária em Portugal, e reforço do apoio às empresas nacionais num ambiente pós-crise”, referiu o banco num comunicado emitido ontem. Segundo o Novo Banco, a transação irá melhorar o rácio de eficiência e a rentabilidade dos capitais próprios do banco, “sendo esperado: um impacto marginal no resultado líquido de 2021; um incremento da posição de capital em cerca de 55 pontos base no Common Equity Tier 1 ratio ; e impacto positivo nos rácios de liquidez”.

Para o Abanca, a compra da sucursal espanhola do banco português permite-lhe um reforço de posição no mercado em Espanha. “Esta aquisição reforça o posicionamento do Abanca em duas áreas de atividade prioritárias: o segmento de banca pessoal e privada e o segmento de empresas. E vai também potenciar o crescimento do Abanca noutras áreas, como é o caso dos seguros”, disse fonte oficial do banco. “Além disso, reforça o posicionamento em Espanha, especialmente em Madrid, como está previsto no Plano Estratégico do banco”, adiantou. Salientou ainda que as “importantes sinergias desta operação vão permitir ao Abanca avançar na melhoria da sua eficiência.

Esta foi a sexta operação do género que o banco efetuou desde 2014, ano em que integrou o Banco Etcheverría. Em 2017 adquiriu o Popular Servicios Financieros. No ano seguinte, o Abanca comprou o negócio de retalho e private banking do Deutsche Bank e adquiriu à Caixa Geral de Depósitos o seu banco em Espanha, o Banco Caixa Geral.

Em 2020, comprou o Bankoa, cuja integração no Abanca será concluída no quarto trimestre deste ano. Questionada sobre se o Abanca mantém em perspetiva eventuais novas aquisições em Portugal ou Espanha, a mesma fonte oficial afirmou: “mantemos o interesse estratégico em Portugal”.

Com a compra da sucursal espanhola do Novo Banco, o Abanca salientou que “o banco atinge os 100 mil milhões de euros de volume de negócio e reforça o posicionamento em duas áreas de atividade prioritárias: o segmento da banca pessoal e privada e o segmento de empresas”. “A compra apresenta um baixo risco de execução e mínimo consumo de capital”, salientou o Abanca num comunicado. Após a operação, o banco espanhol passará a ter um volume de ativos de 71 338 milhões de euros e a gerir 42 368 milhões de euros de crédito a clientes, 46 037 milhões de euros de depósitos e 11 789 milhões de euros de passivos fora do balanço. Contará com 6312 colaboradores e 745 agências.