Partilhareste artigo
O Novo Banco vai decidir ainda neste mês de julho a necessidade de um plano mais agressivo de saídas da instituição financeira, de acordo com a edição desta terça-feira, 6 de julho, do Jornal de Negócios. O banco liderado por António Ramalho está já em processo de redução do número de trabalhadores. Reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo têm sido as opções tomadas. Contudo, o Novo Banco poderá ter de adoptar um plano mais abrangente para alcançar as metas estabelecidas por Bruxelas. A decisão vai ser tomada ainda neste mês, segundo o Jornal de Negócios.
O cenário em cima da mesa no Novo Banco não é novo na banca em Portugal. Ao longo das últimas semanas, várias instituições têm colocado no terreno plano para a redução do número de efetivos.
Leia também:
Crédito para a compra de casa acelera para máximos de 2008
Subscrever newsletter
Em meados de junho, e no caso do BCP arrancou um plano de redução de trabalhadores, com o banco a contactar cada um dos funcionários que quer que saia e a apresentar as condições da rescisão (desde logo valores das indemnizações). Os trabalhadores poderão sair por reformas antecipadas (para quem tem 57 anos ou mais) ou em rescisões por mútuo acordo. Neste caso, quem sair em rescisão por acordo não acede a subsídio de desemprego.
Contudo, o banco também admitiu que poderá recorrer a “medidas unilaterais.
No final de junho, o plano de reestruturação do Santander foi aprovado e prevê a saída de 685 trabalhadores, aos quais serão apresentadas “as melhores condições de mercado”, segundo uma nota da comissão executiva do banco. “O plano de reestruturação foi hoje aprovado pela comissão executiva e conclui a transformação do banco no quadro de recursos humanos”, lê-se numa nota deste órgão enviada aos trabalhadores, a que a agência Lusa teve acesso.
Em entrevista neste fim de semana ao Dinheiro Vivo e TSF, António Fonseca, do Mais Sindicato, que representa trabalhadores da banca, admitia que o sindicato tem estado a negociar com as instituições bancárias, embora não tenha a certeza se vai conseguir reduzir os despedimentos.
“Neste ano, por exemplo, o Santander, que tem feito isto com alguma discrição e temos estado praticamente todas as semanas a falar com a administração; muitas vezes conseguimos encontrar soluções. Muita gente tem projetos fora e estamos disponíveis a ajudar quem queria construí-los, mas outros não têm nada e temos de respeitar e ajudar. Criámos uma equipa que trabalha nisso diariamente, com uma linha exclusiva SOS Laboral, com telefone dedicado e um jurista que faz o primeiro rastreio – e a continuação por telefone, digital ou entrevista presencial”, dizia então.
Questionado sobre como olha para o facto de as reestruturações na banca surgirem pouco depois de os principais bancos apresentarem lucros no primeiro trimestre, António Fonseca considerou que “essa é a coisa que me parece mais descarada. As restruturações ainda se entendem com resultados negativos mas quando são positivos, há rácios positivos e mesmo assim tentam continuar esse ascendente à conta dos trabalhadores… Eu sei que as taxas de juro estão negativas, que os bancos têm de encontrar formas de ter lucros, mas a fórmula é sempre a mesma…”.
Deixe um comentário