//Novo Banco já recebeu 3,4 mil milhões de euros desde 2018

Novo Banco já recebeu 3,4 mil milhões de euros desde 2018

São mais 112 milhões de euros que entraram nos cofres do Novo Banco. O Fundo de Resolução fez a nova injeção que estava retida por ordem do Ministério das Finanças. Mas acabou por ser paga. Eleva-se assim para 3,4 mil milhões de euros o montante injetado no Novo Banco ao abrigo do acordo firmado aquando da venda de 75% do capital do banco à norte-americana Lone Star, em 2017. O acordo previa injeções até 3,89 mil milhões de euros para cobertura de eventuais perdas relacionadas com ativos problemáticos herdados do Banco Espírito Santo.

O Fundo de Resolução anunciou em comunicado que o novo pagamento foi efetuado ontem. O pagamento da parcela tinha ficado “condicionada a que, previamente, o Fundo de Resolução considerasse ter obtido o devido esclarecimento” relativamente a uma questão do foro contabilístico. Em causa estava a “não aplicação, pelo Novo Banco, da política de contabilidade de cobertura aos instrumentos financeiros derivados contratados no quadro da gestão do risco de taxa de juro resultante da exposição a obrigações de dívida soberana de longo prazo”.

A verba agora injetada no Novo Banco estava incluída no bolo de 429 milhões de euros que o governo autorizou o Fundo de Resolução a injetar no Novo Banco relativamente a 2020. Para efetuar a injeção, o Fundo de Resolução foi autorizado a contrair um empréstimo junto de um sindicato de bancos. No dia 4 de junho de 2021, o Fundo fez um pagamento ao Novo Banco no montante de 317 milhões de euros.

“Tendo sido obtidas as análises – do ponto de vista financeiro, económico, e também jurídico – consideradas indispensáveis para se formar o necessário esclarecimento quanto à questão suscitada em maio, resultou a conclusão unívoca de que é devido ao Novo Banco, pelo Fundo de Resolução, o pagamento de 112 milhões de euros, que, em junho de 2021, ficou pendente de verificação ulterior”, afirmou o Fundo de Resolução no comunicado divulgado ontem. “Assim, foi realizado hoje o pagamento daquele valor, que diz respeito às contas relativas a 2020 e que, conforme consta do Relatório e Contas do Fundo de Resolução, se encontrava já provisionado nas contas do Fundo de Resolução respeitantes a 2020, englobado no valor total da provisão de 429.012.629,00 euros”, adiantou. O Fundo salientou que o empréstimo contratado junto de bancos nacionais vence em 2046 e é remunerado a uma taxa de juro correspondente ao custo de financiamento da República para o prazo entre a data de celebração do contrato (31 de maio de 2021) e 31 de dezembro de 2026, acrescido de uma margem de 15 pontos base. A taxa de juro será revista a 31 de dezembro de 2026 e depois a cada período de cinco anos, correspondendo ao custo de financiamento da República a cinco anos, acrescido de uma margem de 15 pontos base.

O valor global injetado em 2021 pelo Fundo de Resolução está aquém dos 598,3 milhões de euros pedidos pelo Novo Banco em relação a 2020. Isto porque, “finalizados os procedimentos de validação daquele pedido, o Fundo de Resolução concluiu que, ao valor solicitado pelo Novo Banco, era devido um ajustamento no montante agregado de 169,3 milhões de euros.

O valor dos pagamentos realizados pelo Fundo de Resolução, entre 2018 e 2021 superou 3,4 mil milhões de euros. O Fundo sublinhou que “o valor das perdas relativas aos ativos abrangidos pelo mecanismo de capitalização contingente ascende a 4367 milhões de euros, pelo que o montante global pago pelo Fundo de Resolução é inferior em 962 milhões de euros ao valor acumulado das perdas”. O montante global pago pelo Fundo de Resolução é inferior ao limite máximo previsto no contrato em 485 milhões de euros. A “expectativa” do Fundo é a de que, exceto o que resultar dos litígios , não ocorrerão mais pagamentos ao banco.