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O Novo Banco alcançou lucros de 373,2 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, somando 106,4 milhões, isto é, mais 39,9%, face ao igual período do ano passado, o que significa que a instituição presidida por Mark Bourke já soma mais de metade do resultado líquido alcançado em todo o exercício passado.
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“Apresentamos mais um período de forte desempenho comercial e financeiro, com um crescimento contínuo do negócio, sólidos rácios de liquidez e uma sustentada geração de capital”, comenta o CEO, citado no comunicado enviado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo o gestor, as expectativas continuam a ser superadas, com o negócio a beneficiar da subida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE).
A margem financeira, precisamente a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, quase duplicou (95,5%) para 524 milhões de euros até junho, traduzido uma melhoria de 256 milhões em relação o primeiro semestre de 2022. Este crescimento terá sido possibilitado “pela melhoria da taxa de juro média dos ativos e de um menor aumento do custo dos recursos financeiros”.
Já as comissões bancárias cobradas aos clientes por serviços prestados e produtos oferecidos renderam ao banco de 145,4 milhões de euros nestes seis meses. O montante obtido nesta rubrica conheceu um acréscimo homólogo de cerca de 100 milhões (+0,7%).
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Olhando para as contas, o produto bancário comercial – que engloba a margem financeira, comissões a clientes, resultados de operações financeiras e outros resultados de exploração – ascendeu aos 669,4 milhões de euros, até junho, refletindo uma subida de 62,3%, que compensou “o efeito da inflação e do investimento na melhoria dos processos do banco”.
Tal otimização dos processos levou a que os custos operativos do Novo Banco registassem um aumento de 7,8% face ao primeiro semestre de 2022, totalizando os 225,1 milhões de euros, ou seja, mais 16,3 milhões. A despesa com pessoal, em concreto, subiu 7,8%, para 120,6 milhões de euros.
Fuga nos depósitos estanca entre abril e junho
Se até março a tendência observada nos depósitos era de descida, a partir de abril o cenário mudou, com o banco liderado por Mark Bourke a subir 2,5% as poupanças guardadas pelos clientes nos seus cofres, em resultado do “crescimento da quota de mercado”. Ainda assim, os 28,2 mil milhões de euros somados até junho ficaram 0,6% abaixo do valor do período homólogo.
Já a carteira de crédito a clientes (bruta) totalizou 25,8 mil milhões de euros, uma diferença de 0,7% em relação ao primeiro semestre do ano transato, “com os empréstimos a empresas estáveis, mas ligeiramente superiores se considerado exposição a papel comercial, e crédito habitação e consumo também a registar um desempenho positivo”.
No final de junho de 2023, o crédito concedido a empresas representava 55% do stock, o crédito habitação 39% e o crédito ao consumo e outros 6%
Sobre a atividade creditícia, a instituição financeira destaca a estratégia de apoio ao tecido empresarial nacional, salientando que “tem sido transversal a todos os setores e a todas as empresas, com um foco especial nas PME [Pequenas e Médias Empresas] exportadoras e nas empresas que incorporam inovação nos seus produtos, serviços ou sistemas produtivos”.
Quanto ao crédito não produtivo, os níveis continuam a baixar, com o montante total a reduzir 25,1%, em termos homólogos, para os 1269 milhões de euros, o que levou o rácio de NPL (sigla para a expressão em inglês non-performing loan) a diminuir para os 4,4% – valor que compara com os 5,7% do primeiro semestre do ano passado.
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