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O Novo Banco fechou 2022 com um resultado líquido recorde de 560,8 milhões de euros, o triplo face aos 184,5 milhões registados no ano anterior, informou esta quinta-feira o banco, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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A instituição presidida por Mark Bourke justifica o resultado alcançado – que é o segundo maior da banca privada em Portugal, ficando apenas atrás do Santander – com o “crescimento sustentado do negócio”, a “sólida geração de receita e capital” e a redução de imparidades e provisões.
“Este desempenho financeiro permite ao Novo Banco continuar a competir como um banco sólido e independente, reforçando a sua missão de apoio às empresas e às famílias”, comenta o CEO.
Olhando para os principais indicadores, vemos que a margem financeira do banco, respeitante à diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos aos aforradores, melhorou 9,1% para 625,5 milhões de euros, à boleia da subida generalizada das taxas de juro. Acrescem-se as comissões, que renderam ao Novo Banco 293,3 milhões de euros, mais 3,8% do que em 2021.
Aqueles números contribuíram para que o produto bancário – que engloba receitas provenientes de comissões, juros, operações interbancárias e outras despesas – disparasse 15,9% até dezembro do ano passado, ascendendo o seu valor a 1,12 mil milhões de euros.
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O banco recorda que, neste bolo, inclui-se ainda o contributo positivo dos outros resultados de exploração no valor de 183,6 milhões de euros, “derivado do processo de desalavancagem do portefólio imobiliário”, o qual integra a venda do edifício da sede, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. A operação em causa resultou num ganho de 71,5 milhões de euros.
A sustentar o resultado esteve também a redução de imparidades e provisões: durante o período em análise, o montante total passou de 352,7 milhões de euros para 111,2 milhões, o que significa um decréscimo de 68,5%.
O “ambiente de taxas favoráveis” impulsionado pela guerra na Ucrânia beneficiou ligeiramente a carteira de crédito do Novo Banco, que, em termos brutos, cresceu 2,9% para 25,6 mil milhões de euros. Deste total, cerca de 56% dos créditos pertencem a empresas, 39% dizem respeito a empréstimos para compra de habitação e 5% são referentes a crédito ao consumo.
Segundo revela a instituição, as entradas de crédito não produtivo mantiveram-se em níveis reduzidos durante o ano passado, contribuindo assim para o decréscimo contínuo do montante de malparado e, consequentemente, para a melhoria do rácio de NPL (sigla para a expressão inglesa non-performing loan, que significa crédito não produtivo) para 4,3% – em 2021, esta percentagem fixou-se nos 5,7%.
Os recursos totais de balanço ascenderam a 34,8 mil milhões de euros, um avanço de 3,1% face a 2021, destacando-se o desempenho dos depósitos, que cresceram 4% para 28,4 mil milhões de euros, suportados pela “forte contribuição do segmento de retalho”.
Do lado da despesa, os custos operacionais apresentaram um incremento de 9,8% face ao período homólogo, perfazendo 448,4 milhões de euros até dezembro de 2022. Os custos com pessoal foram de 233,7 milhões (+0,2%), os gastos gerais administrativos totalizaram 162,2 milhões (+14,9%) e as amortizações ascenderam a 52,5 milhões de euros (+54,4%).
No ano passado, o Novo Banco encerrou 19 balcões, mantendo à data 292 agências, e viu sair 103 colaboradores, apontando agora este número para 4090.
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