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O Verdelago Resort, o novo projeto turístico em Castro Marim, está obrigado a executar um conjunto de obras no concelho algarvio, cujo valor ascende a 11,6 milhões de euros. O desenvolvimento do empreendimento, que compreende um investimento global de 270 milhões a aplicar nos próximos sete a dez anos, implica um conjunto de contrapartidas a pagar pelo promotor. Como revela Paulo Monteiro, diretor-geral do Verdelago Resort, do valor total atualizado das contrapartidas pagas ou suportadas pela promotora “7,2 milhões de euros foram já pagos ou aplicados em diversas obras de infraestruturas públicas”, de que é exemplo a construção do emissário submarino de ligação ao mar das águas pluviais, em Altura. Prevista está também, entre outras obras, a construção de uma rotunda na EN125, na zona que dá acesso à Praia Verde.
A construção do resort arrancou já em novembro do ano passado e, na primeira fase, serão edificadas 102 unidades residenciais turísticas, das quais 57 estarão concluídas no próximo verão – serão 24 apartamentos (T1, T2 e T3), 26 townhouses (V2 e V3) e 7 villas (V4 +1) – estando por essa altura as restantes 45 em fase de acabamentos. No total, o Verdelago vai contar com 537 unidades de alojamento – 340 casas turísticas e 197 quartos no futuro hotel de cinco estrelas que integrará o resort. A comercialização da primeira fase já está a bom ritmo. Segundo o responsável, mais de 50% das casas que estarão prontas para entrega no verão de 2022 foram reservadas ainda na fase anterior ao lançamento comercial. Foram sobretudo portugueses, espanhóis, brasileiros e americanos que, com a pandemia, procuraram investir em imóveis com boas áreas e com retorno garantido, sublinha.
Desde 2015 nas mãos do fundo Aquarius, gerido pela Oxy Capital, o Verdelago ganhou uma nova vida, depois de 20 anos na gaveta. Assume-se agora como um projeto de nova geração, onde a natureza é vista como o novo luxo. O atual conceito do resort pretende responder às dimensões de sustentabilidade social, económica e ambiental. Como frisa Paulo Monteiro, “estamos a falar de 74.000 metros quadrados de área total de construção em 86 hectares de terreno, correspondentes a um índice de construção de apenas 8,7%”. O complexo ficará envolvido em 70 hectares de espaços verdes, incluindo um parque verde e de lazer com mais de 42 hectares e uma reserva natural em frente ao mar com 24 hectares.
E não só. “Com o objetivo de reduzir significativamente o impacto na natureza, assumimos o compromisso de criar um santuário natural para as mais de 110 espécies diferentes de animais identificados no local”, diz, lembrando que também já plantaram cerca de 600 árvores autóctones, mas o objetivo é um número de espécies arbóreas equivalentes às camas que estão previstas, ou seja, 2020. Isto para além do projeto ter deixado cair o previsto campo de golfe, para dar lugar ao parque natural.
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Dentro desta filosofia, o Verdelago vai também afirmar-se como uma unidade autossuficiente em termos energéticos, estando prevista a instalação de uma central fotovoltaica com capacidade para produzir anualmente uma quantidade de energia superior às necessidades de consumo do empreendimento. O projeto contemplou também soluções para uma maior eficiência no que toca à mobilidade, ao consumo de recursos hídricos e à gestão de resíduos. No processo de construção é dada ainda primazia a uma economia circular, com recurso a mão-de-obra, materiais e bens locais.
“Não insistimos no tópico da sustentabilidade por ser retoricamente apelativo, mas porque o respeitamos na prática, numa monitorização contínua”, sublinha Paulo Monteiro. Todas estas apostas permitiram que o Verdelago fosse o primeiro resort turístico no país a aderir à Certificação Green Globe, membro afiliado da Organização das Nações Unidas para o Turismo, desde a fase da construção.
Paulo Monteiro lembra que o desenvolvimento deste resort traz um conjunto de benefícios para o Estado e para a autarquia de Castro Marim. Nas suas contas, “o retorno estimado para o Estado português em impostos que serão gerados pelo desenvolvimento do Verdelago será superior a 40 milhões de euros, dos quais 15 milhões serão uma receita direta da autarquia de Castro Marim”. A somar a estes valores, acrescem os impostos resultantes da exploração anual do empreendimento, estimados em cerca de quatro milhões/ano.
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