//“Numa cultura de igualdade há muito menos receio de falhar”

“Numa cultura de igualdade há muito menos receio de falhar”

A Accenture tem o objetivo de chegar a 2025 com 50% de mulheres nos quadros da empresa, a nível global. Para já, a empresa conta com 42%. Esta é apenas uma das métricas analisadas pela gender lead da empresa, Carla Baltazar.

“Uma gender lead preocupa-se em analisar a situação em que a empresa e a sociedade estão relativamente à diversidade de género e, partir daí, define um plano e ações que visem colmatar um possível gap que exista entre o espaço das mulheres vs. o espaço dos homens no mercado de trabalho”, explica ao Dinheiro Vivo.

No que diz respeito às preocupações relacionadas com o género, “estamos a falar de três pilares”, conta. “Contratações, retenção e celebrar o sucesso”.

Carla Baltazar acumula a função ao cargo de manager director na Accenture, tal como acontece com outros outros colegas que juntos formam um comité que endereça preocupações com a diversidade de culturas, a comunidade LGBTI ou a diferença geracional.

“Em empresas onde existe uma cultura de igualdade, este é um fator multiplicador para a inovação”, afirma a gender lead, citando a principal conclusão do estudo “Getting to Equal” promovido pela Accenture. “Chega a ser seis vezes superior nesta componente. Se reforçarmos a igualdade com a diversidade, a inovação chega a ter um fator multiplicador de 11 vezes”.

A razão? “Nas empresas com uma cultura de igualdade há muito menos receio de falhar”, defende Carla Baltazar. “Os colaboradores ao terem a perceção de que têm liberdade para falar de qualquer tema, de que são tratados por igual independentemente das suas circunstâncias, faz com que consigam ter muito mais confiança a fazer o seu trabalho, são muito mais o seu verdadeiro eu, muito menos controlados a nível dos seus pensamentos, das suas ações e têm um mindset muito mais livre. Acabam por dar muito mais de si à empresa e ter muito menos barreiras”. Além disso, a responsável afirma que falhar faz parte do sucesso desde que se saiba corrigir rapidamente.

“Muitas vezes quando temos medo de falhar é quando temos medo de inovar, por isso é que é tão importante não ter medo de falhar”, aponta.

Sobre as empresas portuguesas, Carla Baltazar acredita que está a ser feito um caminho. “Acho que houve um período inicial em que se teve de despertar para o tema e agora já estamos numa fase onde o tema já está mais desperto”. A gender lead pensa que as empresas “estão ativamente à procura desta igualdade e têm a noção de que têm todos a beneficiar com ela. A partir do momento em que temos uma população de homens e uma de mulheres e só temos um target, não estamos a olhar para o que é um potencial de todo o spectrum que teríamos disponíveis”.

“É um pouco este mindset: eu quero ir buscar o melhor talento que houver onde ele estiver, independentemente do género, tal como independentemente da etnia ou da idade”, remata Carla Baltazar.

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