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Nuno Amado defende que Banco de Fomento deve assumir “um papel relevante” na ajuda das empresas na saída das moratórias. O chairman do Millennium BCP alerta para o perigo de Portugal estender moratórias à margem da Europa, noticiou o Eco. O país foi dos países onde mais se recorreu às moratórias bancárias.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, há 45,6 mil milhões de euros de crédito de moratórias bancárias, sendo Portugal dos países onde mais se recorreu esta mecanismo, que abrange mais de 20% do total do crédito da banca.
O Parlamento tem em cima da mesa uma proposta para prolongar por mais seis meses o regime público que termina em setembro para a maioria dos empréstimos (exceto para as moratórias pedidas este ano), mas a possibilidade de Autoridade Bancária Europeia (EBA) prolongar esse prazo nesse sentido é “reduzida”
“As moratórias têm que estar muito alinhadas com o definido pelas regras europeias, designadamente as recomendações da EBA, devendo nós, dentro destas regras, termos a maior flexibilidade possível para apoiar os setores mais afetados pela pandemia e as famílias que comprovadamente também o tenham sido”, diz Amado, citado pelo Eco. “Trabalhar para lá deste enquadramento, do ponto de vista bancário, terá efeitos indesejados que se manterão por muitos anos”, alerta.
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O Governo deve trabalhar noutras frentes para lidar com a questão das moratórias, defende o chairman do BCP, “na implementação de apoios público-privados com natureza complementar às moratórias, que permitam reforçar a estrutura das empresas com viabilidade, incluindo mecanismos em que o efeito que possam ter na dívida pública e privada seja diferida no tempo, alinhando-os com o ciclo de maior crescimento que se espera possa ocorrer”. Situação onde o “novo Banco de Fomento poderá ter um papel relevante”.
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A banca e o Governo estão a trabalhar junto no sentido de encontrar soluções para “saída ordenada das moratórias” em setembro, encontrando-se a discutir apoios que vão desde subsídios a fundo perdido e outras soluções de capitalização das empresas com garantia do Estado, revelou o presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
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