//Nuno Fernandes Thomaz: Queremos formar “os melhores para o mundo que os espera”

Nuno Fernandes Thomaz: Queremos formar “os melhores para o mundo que os espera”

Quando faz um ano do novo campus da Nova SBE, Nuno Fernandes Thomaz, presidente da Fundação Alfredo de Sousa, fala ao Dinheiro vivo sobre os desafios da escola do futuro e da sua ligação à fundação.

O que move a Fundação Alfredo de Sousa nesta missão de Educação e como surgiu esta ambição?

O que moveu – e continua a mover – a Fundação Alfredo de Sousa – é a necessidade sentida por um conjunto de empresas e pessoas de dotar o País de um projeto que responda às imposições de um mundo e de uma economia em acelerada transformação: a exigência de uma cultura e prática constantes de inovação, a criação das condições necessárias à formação de talento, a interação com o mundo das empresas, a abertura total à comunidade local, nacional e internacional.

E a ambição surgiu de uma conjugação de circunstâncias que vale a pena sublinhar: do desenvolvimento participado de um projeto a partir de uma escola de negócios – a Nova SBE – já reconhecida e acreditada internacionalmente e com uma ambição enorme de se classificar entre as dez melhores da Europa, de uma reunião de empresários que pela sua dimensão e vivência internacional sentiam essa necessidade, e do apoio de várias entidades, entre as quais é mais do que justo destacar a Câmara Municipal de Cascais.

Em que é diferente ter uma Fundação com esta ligação profunda à Universidade, o que distingue este modelo em concreto?

A Fundação está indissoluvelmente ligada à Nova SBE, que é uma das nove unidades orgânicas da UNL. O que distingue este projeto é o pioneirismo de uma aliança entre uma escola que é pública e o referido conjunto de empresas e pessoas que pertencem à iniciativa privada; a identificação das carências sofridas pelo nosso sistema de educação; a necessidade de um projeto que percorra em menos tempo o tempo perdido em sede de preparação para – nunca é demais salientar – as mudanças que hoje ocorrem na sociedade e na economia.

Leia aqui: Pública, financiada por privados e aberta a todos: é assim a escola do futuro

Só passaram três anos desde que foi colocada a primeira pedra da Nova SBE. Já alcançaram tudo quanto queriam e agora é só manter o rumo ou há ainda muito trabalho a fazer?

Alcançámos apenas a primeira fase do projeto: a construção deste magnífico campus, que todos podem e devem visitar. Agora começa a segunda e decisiva fase, que possibilitará uma melhor preparação dos alunos da Nova SBE para as realidades, altamente concorrenciais e em constante mutação, que vão conhecer no futuro.

Do que constará esta segunda fase?

De um constante desafiar à Nova SBE, sem invadir a sua esfera pedagógica e académica, para novos projetos de inovação tecnológica, para novos aperfeiçoamentos dos já existentes knowledge centers, para o desenvolvimento de um software ambicioso da escola (faculty, estudantes, programas), de uma mais integral formação de cidadania dos alunos, a par obviamente do lançamento de uma nova campanha de fundraising que permita financiar estes projetos.

A ligação à comunidade é uma vontade muito forte e concreta da Nova SBE. É esse um dos objetivos da Fundação, levar toda a sociedade, o país, mais adiante, garantindo-lhe melhores condições, preparando-o para desafios, dando-lhe ambição à boleia da Universidade?

Não diria que andámos à boleia da Universidade, e sim numa caminhada conjunta para a abertura à comunidade local, nacional e internacional, como se prova com o elevadíssimo número de eventos científicos, académicos, empresariais e sociais que tiveram lugar nas instalações do campus, logo no primeiro ano de funcionamento. Neles tivemos o privilégio de ver e ouvir personalidades galardoadas com o Prémio Nobel (nas Conferências do Estoril), reconhecidos políticos, cientistas, escritores, os mais variados homens do mundo, num espírito de total abertura à comunidade e de total independência e respeito pelas opiniões manifestadas.

Veja aqui: Como a Nova SBE está a mudar-nos

Diria que os estudantes da Nova SBE são diferentes ou que é a universidade que os faz diferentes?

Uma das condições que define a qualidade de uma escola de negócios, e em geral de uma universidade, é exatamente a qualidade dos seus docentes e dos estudantes que a frequentam – pressuposto a que a Fundação está muito atenta, ano após ano. A frequência crescente de estudantes estrangeiros, cerca de 35% do total de estudantes provenientes de mais de 70 nacionalidades, o número também crescente de candidaturas, é prova indesmentível da qualidade dos estudantes, qualidade essa que os torna diferentes dos da maioria das escolas nacionais ou mesmo estrangeiras.

Sendo bons à entrada, serão melhores à saída, não apenas pelas qualificações científicas e pré-profissionais adquiridas, mas também pela formação de cidadania e de orientação ética para o bem comum que a escola lhes dá, e que a Fundação incentiva vivamente.

O que gostaria, enquanto presidente da Fundação, que se dissesse dos alunos formados na Nova SBE? Que traço gostaria que os caracterizasse quando saíssem da Universidade para o mundo?

Numa só frase, que os alunos da Nova SBE não pretendam ser os melhores do mundo, mas os melhores para o mundo que os espera.

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