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Nuno Inácio é o novo country manager da Bolt em Portugal. Tendo vindo da Lime – empresa que, em Portugal, se dedica ao aluguer e partilha de trotinetas elétricas – para a plataforma de mobilidade líder na Europa, conhece bem o mundo da micromobilidade. Nascida na Estónia, a Bolt está em território nacional há mais de quatro anos e uma das missões de Nuno Inácio é cimentar a sua presença. A primeira aposta da plataforma foi o serviço de ride-hailing (transporte de passageiros), em que é líder, tendo alargado depois para as bicicletas e trotinetas e, no último trimestre do ano passado, para a entrega em casa de comida – a Bolt Food. Em agosto, a empresa captou uma ronda de financiamento de 600 milhões de euros, sendo uma parte canalizada para dinamizar a nova aposta: o Bolt Market. Este serviço, que permite a entrega de produtos como mercearias em casa, também vai chegar a Portugal, em breve.
Veio da Lime, uma empresa com uma solução de micromobilidade. Quais são os objetivos agora na Bolt?
Posso dizer que lancei o mundo das trotinetas aqui em Portugal. Fui das primeiras pessoas, através da Lime, a lançar. Lancei em outros países, depois voltei como country manager no final de 2019. Após a pandemia, cheguei a um momento em que precisava de um novo desafio. Procurava uma empresa na área da mobilidade, que tivesse uma presença europeia muito forte, um centro de decisão europeu forte, que pudesse estar um pouco mais perto do meu país.
Tallin não é muito perto…
Comparado com os EUA é…
Quais os principais desafios? Qual é a sua missão?
A minha missão é continuar, principalmente nas grandes cidades, a manter e até a aumentar a nossa posição de líderes de mercado na parte de ride-hailing; ter uma estratégia clara e definida de crescimento para outras cidades do país, onde estamos presentes, mas onde podemos reforçar. Continuar a desenvolver categorias como a que desenvolvemos durante a covid – o Bolt Protect -, continuar a desenvolver no ride-hailing algumas categorias que hoje não existem.
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Como está atualmente a operação em Portugal?
Em Portugal, temos uma operação muito eficiente e por causa dessa eficiência – e também por isso fomos ganhando quota de mercado e somos líderes nas maiores cidades – conseguimos investir e reinvestir por forma a ter o melhor preço no mercado para os nossos utilizadores e conseguir ao mesmo tempo ser a empresa que dá maiores ganhos aos motoristas. Essa é a proposta de valor, tanto para o lado dos utilizadores como dos motoristas, e vamos continuar a apostar nessa proposta de valor, tendo uma operação supereficiente e a Bolt como um todo. Esses são os seus valores. Acho que foi por isso que a Bolt conseguiu, em todos os mercados onde compete com outros concorrentes, ganhar quota de mercado, pela sua eficiência e pelo seu investimento para o mercado e para os utilizadores e para os drivers. É assim que conseguimos ganhar quota de mercado e manter-nos no mercado.
Essa quota de mercado não foi afetada pela pandemia?
Com a pandemia, tivemos uma redução drástica de viagens. Isso impulsionou-nos (Bolt) para criarmos outros serviços e categorias dentro do raid-hailing. No entanto, vemos hoje que, apesar de termos tido uma quebra drástica, a operação já está a correr a níveis acima do que estava antes da pandemia.
A parte da mobilidade?
Há um regresso ao normal e um crescimento gradual, mas um crescimento face a números pré-pandemia. Estes tempos pandémicos trouxeram dificuldades e oportunidades. Nós focámo-nos nas oportunidades e no que poderíamos, dentro das limitações que existiam, criar, em novos verticais. Acho que fomos bem-sucedidos e estamos a ser bem-sucedidos. No caso da mobilidade, já estamos acima dos níveis pré-pandemia.
Essa tendência de crescimento continuará até ao fim do ano?
Se já estamos em níveis acima da pré-pandemia, acreditamos que iremos crescer.
Como é que a Bolt pretende continuar a destacar-se e a manter a posição de líder?
Trazermos a melhor opção de mobilidade – neste caso de ride-hailing – que ofereça o melhor preço para o utilizador final e o máximo de ganhos para os motoristas que trabalham connosco. Este é o principal objetivo. E também continuar a manter essa proposta de valor que a Bolt trouxe para o mercado português e que a levou a chegar – principalmente nas grandes cidades – a líder de mercado. É manter e aumentar essa quota de mercado com estes dois pontos muito importantes e que estão sempre em cima da mesa: o melhor serviço, ao melhor preço, para o consumidor final e, ao mesmo tempo, continuar – como estamos a fazer hoje – a dar aos motoristas o melhor benefício.
Há um mês, a Bolt obteve um financiamento de 600 milhões. Na altura, foi dito que era sobretudo para impulsionar o Bolt Market e acelerar outros produtos. Como é que vai funcionar o Bolt Market e quando entra?
Serão questões para a pessoa do Bolt Market. Estamos a planear o lançamento do Bolt Market. A nível global, a ronda de investimento está a ser canalizada muito para aí e estamos a preparar o lançamento em Portugal.
Será ainda neste ano?
Sim, será ainda neste ano. Posso dizer que está para muito breve o lançamento.
E numa ou em duas grandes cidades?
Normalmente, começamos nas duas grandes cidades, mas teremos de esperar um bocadinho mais para ter mais informações sobre o Bolt Market.
Esta ronda, para a empresa em Portugal, pode traduzir-se mais em quê?
Como a maioria das empresas, é na sede que estão as funções de suporte, engenharia e desenvolvimento. Portugal, desde sempre, teve um peso grande na Bolt e é um país que ainda não tem Bolt Market, mas tem a categoria de ride-hailing, de rentals e de food. Essa ronda de investimento serve também para investir na parte mais tecnológica e não apenas em Bolt Market. Permite investir em rentals, em raid-hailing. Mas na parte tecnológica, que muitas vezes o cliente final não vê, temos algumas vagas em Portugal para essas posições.
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