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António Mexia, o antigo CEO da EDP, foi o gestor mais falado nos media este ano, mas não pelos melhores motivos com o caso das rendas excessivas a ditar o afastamento do gestor da elétrica. No TOP dos gestores com imagem mediática mais favorável está Alexandre Fonseca, o CEO da Altice Portugal, a dona do Meo, revela o relatório CEO Media Report Portugal 2020, da empresa de media intelligence Carma.
O ranking resulta de uma análise feita entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2020 das notícias produzidas sobres gestores das 500 maiores e melhores empresas da revista Exame, tendo sido escolhidos do top 100 desse ranking os 10 CEO com maior volume de artigos publicados em imprensa e online. Ao todo foram contabilizadas 3.931 notícias publicadas em imprensa e online, no Diário de Notícias, Dinheiro Vivo, Exame, Expresso, Jornal de Negócios, Jornal de Notícias, Jornal Económico, Jornal i, Observador, Público, Sábado, Sol e Visão.
“Num período que abalou a confiança, intensificou-se a pressão sobre os CEO para fornecer orientação e segurança aos acionistas, colaboradores e clientes. Este relatório identifica como é que os CEO das maiores marcas e empresas de Portugal se destacaram durante um ano de extremos desafios e adversidades, ao mesmo tempo que ilustra como a Análise da Comunicação de Media, em profundidade e com método, fornece uma vantagem estratégica para organizações que operam num ambiente de incertezas”, diz Luís Garcia, managing director da Carma em Portugal & África
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O que diz o estudo?
Resultado? “António Mexia, presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP, foi o líder que mais visibilidade teve nos media nacionais. Contudo, também foi dos CEO com uma avaliação de favorabilidade mais baixa ocupando a penúltima posição no TOP 10 de CEO Portugueses em 2020. A investigação sobre as rendas excessivas, que se transformou num caso de Justiça, e que ditou a suspensão do cargo que ocupava na EDP, justifica a baixa favorabilidade“, refere a Carma.
Miguel Stilwell de Andrade, novo CEO da EDP, “apesar de ter menor visibilidade, Stilwell consegue uma imagem mediática mais positiva que o seu antecessor na EDP.” O gestor ocupa a 6ª posição no ranking de visibilidade.
Já o presidente executivo da dona do Meo, Alexandre Fonseca, apesar de não ser dos CEO com maior visibilidade nos media, ocupa a 7ª posição, “lidera os índices favorabilidade” do estudo (67,9). “O mês de março foi o mais produtivo em volume de notícias sobre Alexandre Fonseca, mas foi em janeiro que o CEO da MEO conseguiu favorabilidade mais positiva ao anunciar a integração de trabalhadores subcontratados nos quadros da Altice. A aposta no 5G e o lançamento da Meo Energia foram os temas mais abordados e mais favoráveis para o CEO”, refere o relatório.
Antonoaldo Neves, ex-presidente da TAP, é o segundo CEO com maior visibilidade, mas apresenta a favorabilidade mais baixa do estudo, com a pandemia a levar o Estado a entrar no capital da TAP e a tomar as rédeas da empresa ditando o seu afastamento. “Apesar de estar a conseguir diminuir o prejuízo da transportadora, várias polémicas fizeram Antonoaldo sair pela porta dos fundos. Apresenta, por isso, a favorabilidade mais baixa deste ranking”, justifica a empresa.
O sucessor de Antonoaldo Neves na transportadora, Ramiro Sequeira, que assumiu provisoriamente a liderança da TAP até que o Governo encontre alguém para o cargo, “ocupa a segunda posição no ranking com uma favorabilidade muito positiva”, embora em termos de visibilidade surja em 8º lugar.
Já João Bento, CEO dos CTT, ocupa a terceira posição em termos de exposição mediática e figura a meio da tabela de favorabilidade, com um registo muito positivo. “O mês de março foi o mais produtivo em volume de notícias e o mais favorável para João Bento, com a divulgação dos resultados dos CTT. A guerra com a Anacom relativa aos indicadores de avaliação de qualidade do serviço postal fizeram baixar a favorabilidade do CEO”, refere o relatório da Carma. O gestor “está focado na diversificação do negócio e na modernização da rede postal”.
Carlos Gomes da Silva, da GALP, surge na quarta posição do ranking em termos de visibilidade, com um grau de favorabilidade muito positivo. “O mês de abril foi o mais produtivo em volume de notícias sobre Carlos Gomes da Silva, mês de Assembleia Geral de Acionistas. No entanto, o mês de agosto, apesar de ter o volume mais reduzido de notícias, foi o mais favorável ao CEO da Galp, ao figurar na lista dos Mais Poderosos de 2020”, destaca o relatório da Carta.
Miguel Almeida, da NOS, surge na quinta posição do ranking em termos de visibilidade, com um grau de favorabilidade positivo. “O mês de fevereiro foi o mais produtivo em volume de notícias sobre Miguel Almeida e o mais favorável ao CEO da NOS. A saída de Isabel dos Santos da estrutura acionista da empresa e a aposta na infraestrutura a pensar no 5G foram favoráveis para o CEO”, destaca o relatório.
Nuno de Freitas, presidente da CP, é o CEO com a segunda menor exposição mediática (ocupa a 9ª posição do ranking em termos de visibilidade), no entanto, em termos de favorabilidade figura no meio da tabela num registo “muito positivo”. “O foco de Nuno de Freitas é investir em material circulante e melhorar o serviço prestado pela empresa”, refere a empresa de media intelligence.
Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, tem a menor exposição mediática ao registar o menor volume de artigos na imprensa – última a 10ª posição do ranking – mas ocupa a terceira posição no ranking de favorabilidade, com avaliação “muito positiva”. “O mês de fevereiro foi o mais produtivo em volume de notícias sobre Pedro Soares dos Santos, mas no mês de Agosto o CEO do Pingo Doce conseguiu a favorabilidade mais positiva. Investimento e resultados foram os temas mais abordados na informação relativa a este CEO”, destaca a Carma sobre o dono do Pingo Doce e do Recheio.
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