//“Objetivo da TVI é ser líder de mercado. É para isso que estamos a trabalhar”

“Objetivo da TVI é ser líder de mercado. É para isso que estamos a trabalhar”

Este domingo é dia de estreias na TVI e também o dia em que a estação começa a dar por em marcha a estratégia de programas para a reconquista da liderança das audiências. Posicionar a estação como líder de audiências é um objetivo, mas Nuno Santos, desde julho o novo diretor-geral da TVI, não avança uma data.

Este ano, e com cinco meses consecutivos de crescimento, o responsável acredita que está em condições para encurtar a distância que separa a estação da atual líder SIC.

E este domingo começa a revelar um pouco da estratégia. Um novo estúdio de informação e a estreia do Big Brother, que marca o regresso de Teresa Guilherme à apresentação do formato e à antena da estação de Queluz. Duas das apostas para este ano, mas não só: o regresso de Cristina Ferreira à antena ainda este mês – ” e que ocorrerá ainda de maneira regular, mas não diária até ao final do ano” e duas novas novelas são algumas das apostas estratégicas para a reta final de 2020.

Com o arranque da nova época de futebol, a estação vai ter dois formatos de desporto, pondo fim aos formatos com comentadores/adeptos, movimento já feito pela concorrente SIC Notícias. E para 2021 surgirá uma renovada TVI24. Mas sobre o próximo ano Nuno Santos guardou as cartas com que pretende combater a concorrência. Nem revela os próximos passos no que toca ao Chef Ljubomir Stanisic que quebrou contrato com a estação e se mudou para a SIC. “Falaremos a seu tempo.”

Novo estúdio de informação, desde setembro uma nova direção de informação, com reforços na equipa com a ida do Pedro Mourinho vindo da SIC. O que se pretende desta nova fase da informação?

Há duas dimensões, uma mais percetível num primeiro momento para os espectadores que tem a ver com uma nova cenografia, uma nova linha gráfica, mas não a mais importante. O mais importante é trabalhar no conteúdo, reforçar uma ligação de confiança com os os públicos, de proximidade, manter uma parte da matriz da informação da TVI, que sempre teve esse lado da proximidade e irreverência mas que, de certa forma, por muitas razões que agora não vêm ao caso, se perdeu ou foi atenuada nos últimos tempos. A primeira parte, a mudança de visual, será mais imediata e facilmente percecionada, a segunda levará mais tempo a concretizar.

Fazemos este trabalho em dois andamentos, um primeiro na TVI, no Jornal da 1 e no Jornal das 8, e depois a partir de janeiro na TVI24. Os canais de noticias são muito importantes na dinâmica dos canais principais, desde logo porque estão no ar 24h, mas aí escolhemos fazê-lo só em janeiro.

Vamos ter dois formatos de desporto cujo arranque coincide com o arranque da nova época”

Em agosto, na estratégia para a informação partilhada com a redação, referiram a vontade de “reformatação” da TVI24 para que fosse um canal “com nervo”.
Um canal de notícias tem sempre o objetivo chegar primeiro e ser mais rápido na forma como trata os acontecimentos, mas também tratá-los de forma sustentada e com responsabilidade, não basta chegar primeiro. Essa preocupação de sermos rápidos e eficazes no tratamento dos diferentes temas, não há temas tabu, é muito importante para nós e esperamos que nos associem a isso.

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Atingir a liderança é um objetivo que coloca? Com que prazo?
A TVI24 tem uma quota de mercado bastante relevante (1,5% de share em agosto), os canais de notícias têm, no nosso caso e da SIC Notícias (1,9% de share em agosto), audiências muito próximas e, portanto temos relevância no mercado, queremos ter mais relevância e um pouco mais de audiência.

Não coloca uma meta para a liderança de audiência nesse canal?
Essa circunstância não depende só de nós. Não estamos sozinhos no mercado e não estamos em condições de dizer ou melhor de saber o que o que os nossos concorrentes estão a fazer e a preparar.

Uma das coisas que estão a preparar – e já foi anunciado pela SIC Notícias – é acabar com os programas desportivos com os comentadores adeptos. O que querem imprimir de novo nos programas desportivos já que esses já não correspondem à nova linha?
Há um lado que não vamos certamente mudar que é a dimensão lúdica e até emocional que o futebol tem. O futebol não é uma ciência, é vivido com paixão e nós não deixaremos de o acompanhar com a paixão que ele provoca nas pessoas. O que sentimos é que nos últimos anos, e só falo pela TVI, esses programas se tinham tornado de certa maneira, sequer é uma acusação é uma constatação, correias de transmissão de determinadas linhas de pensamento. Achamos que era o momento de os interromper e, não perdendo essa vivência apaixonada e lúdica que o futebol tem, sair do registo do representante do clube A, B ou C.

E o que vai então para o ar?
Vamos ter dois formatos de desporto cujo arranque coincide com o arranque da nova época. Algo que vai ser anunciado com detalhe nos próximos dias, os comentadores fixos, a linha de convidados e quem apresenta os programas.

Na TVI generalista fecharam agosto com 15,6% de share a 3.9 pontos percentuais da SIC…
Estamos a crescer consistentemente há cinco meses.

Esse ritmo de crescimento poderá significar a reconquista da liderança de audiências já este ano?
Prefiro colocar as coisas da seguinte forma: o objetivo da TVI é ser líder de mercado. É para isso que estamos a trabalhar, nós acreditamos que ainda este ano vamos encurtar de maneira significativa esse intervalo em relação ao primeiro lugar. Temos de perceber sempre que é um jogo que não estamos sozinhos e não controlamos o que os nossos concorrentes fazem. Sabemos o que temos até ao final do ano e estamos a desenhar o que teremos em 2021. Traçamos um objetivo e vamos trabalhar para o concretizar.

O objetivo da TVI é ser líder de mercado. É para isso que estamos a trabalhar, acreditamos que ainda este ano vamos encurtar de maneira significativa esse intervalo em relação ao primeiro lugar”

Mas quais são os trunfos?
Não vou revelar nada para 2021 e o que se pode revelar para 2020. Os trunfos até ao final do ano são conhecidos, podem é ter uma dimensão tática que não posso mesmo falar. Mas a oferta em termos estratégicos é conhecida: o lançamento da informação hoje, a estreia do Big Brother esta noite, duas novelas que vão estrear, o aparecimento da Cristina (Ferreira) em antena que vai acontecer ainda este mês e que ocorrerá ainda de maneira regular, mas não diária até ao final do ano. Esses são os eixos principais, teremos outros também, mas terão mais uma dinâmica de evento, depois há um conjunto de soluções de programação e de grelha muito ligadas à ficção e no entretenimento, que podem ter uma dimensão na informação também, mas são para 2021. E não é o tempo de fazer delas ainda.

Estavam a planear entrar em produção de nova série de Pesadelo na Cozinha, planos interrompidos com a ida do Chef Ljubomir Stanisic para a SIC. Já têm uma solução? Como é que está esse processo?

Não vou explicar o que vamos fazer a seguir, esse tema para nós está ultrapassado. Ele quebrou o contrato com a TVI, não podemos produzir o que estava previsto e veremos a seguir.

E vão mesmo avançar com um pedido de indemnização por quebra de contrato e compromissos comerciais já assumidos?
Falaremos a seu tempo.

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No Porto, reforçaram com o João Fernando Ramos e referiram a vontade de uma maior proximidade com a região Norte. Quais são os planos para esta região?
Há uma primeira fase do nosso trabalho que é uma aproximação às pessoas, às populações, mas também aos decisores, às universidades, autarquias, as forças vivas do Norte e não só do Porto. Desse ponto de vista, o João Fernando Ramos é, pelo que fez nos últimos anos, é a pessoa do país que terá mais capacidade para o fazer, não só porque conhece essas pessoas todas, com criou relação de confiança com elas. Esse trabalho está em marcha. Depois queremos que esse trabalho tenha grande visibilidade na nossa informação, depois teremos como isso se espalha no resto da nossa oferta de programação. O que poderemos estar a falar de localizar tipos de ficção, espaços de entretenimento, produzir algumas coisas mais a Norte? Poderemos estar a falar disso tudo, mas ainda é cedo para esse detalhe, num primeira fase é estreitar a relação da TVI com o Norte do país.

Transmitindo por exemplo algum dos noticiários? O Jornal da 1?
Quem faz isso é a RTP que tem capacidade instalada a Norte, tem um centro de produção. Nós vamos ter instalações na cidade do Porto, que é coisa que mais nenhum canal tem, não vamos ter uma pequena delegação, vamos ter algo mais consistente, o que nos permite emitir do Porto com alguma segurança, mas não como regra não vamos fazer isso, mas podemos fazê-lo pontualmente.

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Essas novas instalações e vontade de proximidade, usando a sua expressão, das forças vivas a Norte, vai significar um reforço da equipa na região?

Poderá determinar isso, mas isso não está ainda a acontecer. Como disse, o primeiro trabalho é de levantamento, contacto com as pessoas, e isso vai levar algum tempo.

O Conselho de Redação referiu algum desânimo na equipa e que na empresa estavam a trabalhar no tema da progressão das carreiras.
É um tema que está sinalizado, identificado, temos vindo a falar com os órgãos internos e estamos a olhar para o tema com a atenção que o tema merece. Há questões que têm de ser resolvidas e vão ser resolvidas, não todas de uma vez e não todas ao mesmo tempo.

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