O primeiro-ministro confirmou, este domingo, que convidou o presidente da petrolífera Partex, António Costa e Silva, para “coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica”, trabalho que deverá estar concluído até à aprovação do Orçamento Suplementar.
“O professor António Costa e Silva foi convidado pelo primeiro-ministro para coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica”, refere o gabinete de António Costa, numa nota enviada à Lusa.
De acordo com a mesma fonte oficial, o convite foi aceite “como contributo cívico e ‘pro bono’” e o gestor tem estado a trabalhar nessa missão nas últimas semanas, “enquanto os membros do Governo estão concentrados, nesta fase, no Programa de Estabilização Económica e Social e no Orçamento Suplementar”.
“O objetivo é este trabalho preparatório estar concluído quando o Governo aprovar o Orçamento Suplementar”, altura em que o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, assumirá “a direção da elaboração do Programa de Recuperação”, acrescenta o gabinete de António Costa.
O semanário Expresso noticiou no sábado que o primeiro-ministro tinha convidado o gestor da petrolífera Partex António Costa Silva para negociar o plano de retoma da economia com ministros, e que participaria igualmente em reuniões com parceiros sociais e partidos políticos.
Este jornal também deu a entender de que a relação poderá ser mais séria e que Costa Silva estará mesmo a ser equacionado para ocupar um cargo no governo quando a acontecer a “miniremodelação” em julho, altura em que o ministro das Finanças deve sair do governo, estando muito possivelmente a caminho da cadeira de governador do Banco de Portugal.
Em relação à ascensão de Costa Silva ao círculo próximo do governo, no sábado, o BE e o CDS-PP rejeitaram qualquer negociação com uma espécie de “paraministro”.
“O senhor primeiro-ministro é aconselhado por quem acha que pode fazer esse trabalho, é livre de o escolher. O Bloco de Esquerda, naturalmente, negoceia com membros do Governo, como fez até agora e como mandam, aliás, as regras da boa transparência da nossa democracia”, afirmou a coordenadora bloquista, Catarina Martins, salientando que “a figura de paraministro não pode existir”.
Já o CDS-PP informou que conta discutir o plano de recuperação económica do país com “Costa e Siza”, numa referência ao primeiro-ministro e ao ministro da Economia, “e não com Costa Silva”.
“Para discutir o plano de recuperação económica do país, o CDS conta reunir-se com Costa e Siza, e não com Costa e Silva. O primeiro-ministro pode escolher com quem é que os seus ministros se aconselham, mas em matéria de governação do país o CDS deve falar com o Governo e não com quem o Governo fala”, referiu no sábado o partido, em comunicado.
A Assembleia da República vai debater na generalidade, em 19 de junho, a primeira retificação ao Orçamento do Estado para 2020, relacionado com a pandemia de covid-19.
Fonte do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares disse à Lusa que o Governo prevê entregar o Orçamento Suplementar no parlamento ou em 9 de junho – data em que o documento deverá ser aprovado pelo Conselho de Ministros – ou em 12 de junho, uma vez que os dias 10 e 11 são feriados.
Deixe um comentário