Novos clientes, novos projetos e mais trabalhadores. Na fábrica da OGMA, em Alverca, a administração faz saber que a tranquilidade voltou. As oficinas estão “a laborar com normalidade” – enquanto se continuam a apurar “as causas” das falhas que levaram, em novembro, o avião da Air Astana a ficar sem controlos por vários momentos, tendo de aterrar de emergência em Beja ao fim de duas horas erráticas -, e três novos clientes asseguram mais contratos e novos empregos para este ano, revela a empresa ao Dinheiro Vivo.
As falhas na manutenção do avião da Embraer 190-100 caíram como uma bomba na fábrica e as ondas de choque ainda se fazem sentir junto dos trabalhadores. “O capital humano é o maior trunfo da OGMA e um incidente como aquele tem sempre repercussões. As pessoas tendem a querer afastar-se para não ficar associadas aos problemas”, conta fonte próxima. Outra fonte garante que “as manchas na reputação já levaram os melhores trabalhadores a começarem a sair”.
Apesar dos receios, que foram relatados ao Dinheiro Vivo e que têm aumentado com a perceção interna de que há contratos a falhar, a empresa desvaloriza: “A OGMA tem vindo a conquistar novos clientes e a desenvolver novos projetos, tendo até atingido no ano passado um volume de negócios nunca antes alcançado, ultrapassando a barreira dos 200 milhões de euros”.
Exemplos de novos clientes e negócios? “O contrato para a manutenção da frota de C-130 da Força Aérea Brasileira, com o valor de 85 milhões de euros e cuja primeira aeronave já chegou a Alverca”; “a certificação do motor Rolls Royce AE 1107C, o primeiro novo motor em Alverca nos últimos 20 anos” ou “a fabricação e montagem dos pylons de um jato executivo de grande porte, que vale 16 milhões de euros”.
Numa área onde a formação é a chave do sucesso, a empresa de aeronáutica admite ainda que está a preparar o “lançamento de uma academia de formação, em meados de 2019, que será uma referência na área da manutenção aeronáutica em Portugal”.
E reafirma a confiança no futuro com o anúncio de novos empregos: “A OGMA conta atualmente com 1903 colaboradores e quer continuar a reforçar as suas equipas. Em 2018, o número de colaboradores aumentou em mais de 100 face ao ano anterior. Para 2019 estão previstas novas contratações e o número total de colaboradores deverá ultrapassar os 2000”.
A OGMA é detida em 35% pelo Estado português e em 65% pela Embraer, fabricante brasileira que recentemente, sofreu uma revolução acionista, com a entrada da Boeing.
Em relação ao incidente ocorrido em novembro, a OGMA diz que está a colaborar com as autoridades e, sobre a suspensão da manutenção por cinco dias pelo regulador, a empresa diz que foi pontual e “resolvido de imediato”.
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