//Olivier: “Os meus negócios não são para turistas” 

Olivier: “Os meus negócios não são para turistas” 

Como está a correr o novo XXL?

Estamos fazer um mês de operação e a resposta está a ser fantástica, com jantares sucessivamente esgotados. Já equacionamos abrir à segunda-feira, para dar resposta às reservas, com clientes a pedir pratos que amigos recomendaram e a serem nossos embaixadores. Croquete de rabo de boi, bitoque de lagosta e picanha de tamboril já são tão icónicos no XXL quanto o bife Café Paris e os soufflés eram no XL.

Como surgiu a oportunidade de gerir esta casa histórica?

Sou amigo do Vasco (Gallego) há 20 anos e o XL já era um restaurante badalado em Lisboa antes de eu iniciar a minha carreira, há 25. Recordo-me de aqui vir com a minha irmã, ainda o XL estava no outro lado da rua, pelo que, quando fechou, com a pandemia, ficou-me uma mágoa. Um dia, telefonei ao Vasco e propus-lhe ficar com o XL. Combinámos encontrar-nos e fechámos negócio quase a pronto.

Esta foi a quinta abertura do grupo Olivier em pandemia…

Os nossos planos de investimento no início de 2020 apontavam para ter a esta data 25 restaurantes. Depois da abertura do XXL, em dezembro, do Yakuza Paris em setembro e Lisboa em abril, fechámos o ano com 19 espaços em quatro países e três continentes – no ano passado ainda abrimos o Clássico Beach Bar e o Yakuza Porto. Os constrangimentos da covid limitaram-nos: da expansão europeia, o foco atual, estamos só em Paris, mas em breve anunciaremos novidades noutras cidades.

Estão previstos novos espaços?

Devíamos estar a abrir novos espaços na Europa nas próximas semanas, mas com vários países em alerta e alguns em confinamento decidimos adiar aberturas. Teremos novidades ainda em 2022.

A covid impactou o negócio…

Não tivemos como escapar aos efeitos da crise, mas ainda assim reabrimos todos os restaurantes e juntámos estes cinco. Pergunta-me porquê. É simples: estou sempre a pensar em novos conceitos e, quando fomos atingidos pela pandemia o grupo tinha saúde financeira e uma base sólida de clientes – os meus negócios não são feitos para turistas e por estar sempre nos meus restaurantes consigo criar laços de amizade com as pessoas. E a reputação internacional que alcançámos junto de parceiros internacionais faz-nos ser constantemente abordados por grupos hoteleiros para abrir espaços.

Qual foi o investimento nestes dois anos? E a faturação?

Não divulgamos valores, mas posso dizer que o Yakuza Lisboa foi o maior investimento em 25 anos que levo de carreira. Estando nós em países tão distintos, a faturação tem oscilado de acordo com o estado pandémico. A operação no Brasil, o Seen no Tivoli Mofarrej, um dos nossos pontas de lança financeiros, esteve muito tempo condicionado e o real tem sofrido grandes desvalorizações, o que degrada as receitas em euros. Mas no geral, conseguimos ter lucros em vários meses, depois do impacto violento dos confinamentos – ainda que vivamos tempos de contenção devido às incertezas regressadas nestas últimas semanas.