//OPCO. Consultora especializada na indústria automóvel abre delegação em Marrocos

OPCO. Consultora especializada na indústria automóvel abre delegação em Marrocos

A OPCO – Creating Solutions, empresa portuguesa de consultoria e formação especializada na indústria automóvel, vai instalar-se em Marrocos. A abertura da primeira delegação da companhia fora de Portugal está já em marcha. A sede ficará em Casablanca, embora a área de atuação geográfica se estenda à região de Tânger e Kenitra. A internacionalização vale já mais de 20% da faturação da OPCO, mas o objetivo é reforçar essa parcela, ao mesmo tempo que diversifica as suas áreas de atuação para setores altamente exigentes como o dos dispositivos médicos ou a área alimentar.

Criada em 2006, a OPCO nasceu apostada em ajudar as empresas portuguesas a cumprirem os rígidos critérios dos construtores automóveis, designadamente alemães e frances, mas não só, de modo a poderem integrar o restrito clube de fornecedores da indústria. O diretor-geral da OPCO fala num difícil “caminho das pedras” que há que cumprir para chegar a essa “linha avançada” de potencial fornecedor automóvel, que muitas pequenas e médias empresas nacionais desconhecem, o que levou a consultora a desenvolver, a pedido da Mobinov – Associação do Cluster Automóvel de Portugal, o guia GPS PME Auto.

“Há uma fileira bastante avançada em Portugal, mas nem todos os participantes estão ao mesmo nível. Temos desde empresas como as multinacionais, de presença global, como a Bosch, Continental, Deplhi ou Faurecia, e que eles próprios ditam regras para os seus fornecedores, e na ponta oposta temos empresas nacionais, com 20 ou 50 pessoas que estão agora a arrancar e que têm ainda esse caminho para percorrer. A questão é que algumas, embora recentes, nascem já com pessoas bastante experientes e, portanto, é uma questão de tempo e de esforço para colocar todos os requisitos no lugar, e outras nem conhecem bem o caminho que têm pela frente”, explica o diretor-geral da OPCO. Pedro Silva admite que, das 350 empresas já existente no setor automóvel em Portugal, cerca de 150 estão ainda a percorrer as várias fases de certificação.

Uma situação que não é exclusiva, garante, de Portugal. “Tivemos, aqui há um par de anos, uma empresa de Barcelona que ia começar a fornecer para a Volvo. Estavam a um mês de começar a entrar em produção quando se apercebram que tinham que cumprir com um requisito logístico, que não tinham identificado, logo, também não o tinham considerado na cotação”, refere o responsável, lembrando que tudo isto implica custos adicionais.

No entanto, Pedro Silva é peretório em garantir que, em termos de capacidade de resposta ao setor automóvel, Portugal “não fica a dever nada a ninguém no mundo”. Um caminho que se iniciou com a abertura, em 1995, da Autoeuropa, em Palmela, uma das unidades de produção que a Volkswagen tem em 14 países. É, não só, o maior investimento estrangeiro no país, como ocupa sempre lugares cimeiros no top das maiores exportadoras. “Imaginemos o que seria Portugal se existissem várias Autoeuropas”, refere.