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O co-presidente executivo do grupo Altice a nível internacional, Alexandre Fonseca, que na quinta-feira suspendeu funções executivas e não-executivas na telecom, diz ser “completamente alheio” às suspeitas que levaram as autoridades a realizar buscas na casa em que reside e que, na sequência das notícias sobre negócios suspeitos envolvendo a dona da Meo e altos responsáveis da telecom, vai “exigir a clarificação de todos os factos”.
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Na sequência da Operação Picoas, desencadeada pelo Ministério Público (MP), o gestor publicou na sua conta de LinkedIn, em jeito de reação, um texto onde diz querer, “de forma inequívoca, proteger o grupo Altice”.
“Quero reiterar que, por ser completamente alheio ao que tem vindo a ser publicamente veiculado no âmbito do processo em curso, irei exigir a clarificação de todos os factos e, assim, proteger a minha integridade, bom nome e o meu currículo publicamente reconhecido e valorizado”, afirma.
Alexandre Fonseca, que também acumula os cargos de chairman da Altice Portugal e Altice USA, acrescenta ainda que “o atual contexto exige respostas firmes e concretas”, assegurando que não hesitará em “enfrentar o atual momento com a elevada responsabilidade que ele exige”.
Citando Martin Luther KIng, que disse que “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar”, o ex-CEO da Altice Portugal garante: “Não abdicarei de dar o meu total contributo e fazer a minha parte, pois, tenho muito orgulho no que construí e desenvolvi na minha vida pessoal, familiar e profissional, nomeadamente, em Portugal e no grupo Altice”.
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No domingo foi noticiado que Alexandre Fonseca também está a ser investigado, no âmbito da Operação Picoas. Na segunda-feira, a Altice fez saber que o gestor suspendeu todas as funções executivas e não-executivas para salvaguardar a operação da telecom. Nesse mesmo dia, a atual presidente executiva da Altice Portugal reuniu-se com os sindicatos e comissão de trabalhadores da empresa.
A Operação Picoas, desencadeada em 13 de julho, levou a quatro detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, coadjuvado pela Autoridade Tributária.
Em causa, alegadamente, está uma “viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades consideram que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.
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