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Parece mais uma moradia como tantas outras em Santo Ovídio. Mas quando nos aproximamos e batemos à porta é que reparamos que há ali uma empresa.
É numa casa do concelho de Gaia que a Ecoinside está instalada e desenvolve cada vez mais projetos para as empresas pouparem energia. Depois do início da instalação de painéis solares, em 2015, a companhia aposta agora em carregadores para carros elétricos.
O arranque do novo projeto é tornado realidade graças ao fundo de 15 milhões de euros para apoiar as empresas na transição energética e na redução dos consumos. Lançado no ano passado, o envelope financeiro foi já aproveitado pela Associação Empresarial de Portugal.
A Ecoinside instalou na AEP dois carregadores de acesso público com 120 kWh de potência e uma tomada para uso exclusivo da associação. A empresa, para colocar os postos, tornou-se num operador de postos de carregamento (OPC).
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Foram ainda instalados 365 painéis solares no edifício de serviços da AEP, em Leça da Palmeira. “Os painéis vão satisfazer 55% de todo o consumo das instalações. Da energia produzida, parte será paga à Ecoinside para devolver o capital investido. Outra parte fica como poupança direta para a AEP”, explica ao Dinheiro Vivo o líder da Ecoinside, António Cunha Pereira.
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O líder da associação empresarial destaca que a aposta na redução das emissões é feita de forma gradual. “Quando houver condições, avançaremos para um edifício totalmente autónomo a nível energético”, antecipa Luís Miguel Ribeiro. O dinheiro poupado na fatura da luz será reinvestido na compra de automóveis sem emissões nos próximos anos.
A empresa de Gaia, até lá, pretende instalar carregadores em locais privados mas acessíveis ao público, dando o exemplo dos supermercados e dos condomínios.
A Ecoinside começou em 2006 a partir da Universidade do Porto como uma empresa de consultoria. Baixar a fatura da luz já era o principal objetivo, através de auditorias energéticas e de planos de racionalização para otimização de serviços.
Praticamente uma década depois, juntou-se a vertente de investimento: desde 2015, sempre que um cliente não quiser fazer o investimento inicial, a Ecoinside avança com o capital e depois partilha a poupança gerada.
Também foi nessa altura que começaram a ser instalados os painéis solares, que representam atualmente 90% das receitas anuais, de 2,1 milhões de euros no ano passado.
Depois de a pandemia ter atrasado alguns projetos, o aumento do custo dos painéis é um novo obstáculo ao crescimento da empresa.
“É difícil conseguir material em tempo útil e os preços dos módulos subiram mais de 15% nos últimos dois meses. A situação tem impacto na captação de clientes porque vivemos no dilema de negócios fechados cujos preços não conseguimos manter”, lamenta Cunha Pereira.
A caminhar para uma equipa de 20 trabalhadores, a Ecoinside já está a preparar-se para abandonar a moradia e mudar-se, no próximo ano, para um armazém na zona de Gaia.
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