A pandemia da covid-19 continua a penalizar as contas da CP. Só no mês de junho, a transportadora ferroviária ficou com apenas um terço das receitas habituais, tendo registado prejuízos de 12 milhões de euros, segundo os dados fornecidos esta segunda-feira pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação ao Dinheiro Vivo.
Isto acontece porque a CP está com fortes quebras de procura apesar de circular com a totalidade de oferta nos serviços urbanos e regionais desde 4 de maio – apenas nos serviços de longo curso mantém-se a redução de viagens de 25%.
O Alfa Pendular é o serviço mais penalizado pela covid-19, com 81% de quebra de passageiros no mês de junho; no Intercidades, a perda de utentes é de 68%; no serviço regional, é e 55%.
Nos serviços urbanos, Lisboa e Porto estão com metade dos utentes em comparação com junho de 2019, com quebras de 51% e de 52%, respetivamente. Nos comboios urbanos de Coimbra, a descida de passageiros é de 44%.
Com a procura muito abaixo dos níveis habituais, a CP enfrentou problemas de liquidez desde março para pagar salários, obrigando-a a recorrer ao saldo de gerência para poder pagar salários. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, chegou a admitir, no início deste mês, um empréstimo de emergência para assegurar a liquidez da transportadora.
Entretanto, esta segunda-feira, o Tribunal de Contas aprovou o contrato de serviço público entre a CP e o Estado, no valor total de 850 milhões de euros para o período entre 2020 e 2029. Desta forma, a empresa vai voltar a ser indemnizada pelo serviço ferroviário diário em todo o país, o que aconteceu pela última vez em 2014.
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