//Pandemia tirou 3 mil empregos ao cluster automóvel português

Pandemia tirou 3 mil empregos ao cluster automóvel português

A pandemia tirou 3 mil empregos ao cluster da indústria automóvel em Portugal. Em 2020, esta indústria contava com 87 mil trabalhadores, segundo os dados divulgados esta terça-feira, em sessão remota, pela associação Mobinov e pela consultora Deloitte. Apesar da covid-19, o volume de negócios deste cluster registou um volume de negócios de 12,55 mil milhões de euros no último ano.

O coronavírus interrompeu um ciclo de crescimento de quatro anos: em 2019, a criação de riqueza nesta indústria cresceu 30,2%, para 3,846 mil milhões de euros; as exportações aumentaram 48,6%, para 15,737 mil milhões de euros; o número de trabalhadores somou 30,4%, para 90,5 mil. Em 2019, o cluster automóvel tinha um impacto de 3% no produto interno bruto nacional.

Além do reforço da produção de automóveis neste período – só em 2019, houve a montagem recorde de mais de 300 mil unidades -, também as empresas de produção de componentes foram cruciais para estes números. Praticamente todas as peças fabricadas em Portugal (99%) foram enviadas para o estrangeiro, representando cerca de 28% de exportações de bens transacionáveis nacionais.

A indústria automóvel também se destaca, pela positiva, por pagar um salário total médio de 23 292 euros – já com bónus e horas extraordinárias incluídas – 20% acima da média nacional. Se apenas for contada a remuneração base, a diferença praticamente se esbate, para 6,5%, ou seja, 14 480 euros.

Em 2020, contudo, o volume de negócios caiu para 12,55 mil milhões de euros e a criação de riqueza recuou 21% face a 2019, para 3,05 mil milhões de euros. O investimento travou 44%, para 550 milhões de euros. Há cerca de 1100 empresas que integram o cluster automóvel nacional.