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Não é segredo que o turismo dá um contributo grande para a economia do país, embora haja regiões onde o peso desta atividade seja maior. Na Madeira, o turismo representa 26% do PIB e é responsável por mais de 20 mil postos de trabalho. “Em cada mês que a atividade esteve reduzida a zero, o PIB da Região Autónoma da Madeira contraiu cerca de 2,2%, o que dá uma leitura da dimensão deste problema, com consequências para as empresas, para colaboradores dessas mesmas organizações e em toda a dinâmica direta e indireta que o setor produz”, disse o secretário Regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus.
Um turista, quando chega a um destino, não fica confinado na unidade de alojamento, consumindo bens e serviços, o que estimula a economia local. Por isso, a quebra do turismo acaba por ter reflexos mais alargados. “Este valor percentual traduziu cerca de 110 milhões de euros mensalmente, pelo que se pode daqui aferir o impacto objetivo da pandemia na Madeira em relação ao setor do turismo e, consequentemente, na economia regional. Três meses de inatividade geram uma quebra direta no PIB Regional de mais de 6,6%”, nota.
Até agosto, a região autónoma contou com 346 mil hóspedes e mais de 1,6 milhões de dormidas, em ambos os casos quebras homólogas de mais de 65%, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Eduardo Jesus diz que “não se podem comparar números deste ano com períodos homólogos de nenhum ano, pois a pandemia prejudicou todos os destinos como nunca ninguém assistiu no mundo”. E acrescenta: “O setor hoteleiro na Madeira está neste momento com cerca de 70% das unidades abertas e algumas, mesmo que exceções, com ocupações surpreendentes, acima dos 80 a 90%”.
A evolução da situação sanitária é a chave para o turismo. As limitações impostas para tentar travar a pandemia conjugadas com os receios ditaram uma travagem a fundo da atividade. Para recuperar é necessário confiança de que é já seguro viajar, algo que os especialistas acreditam que só acontecerá quando houver um tratamento. “As perspetivas para o próximo ano são muito animadoras. Embora haja sempre o fator determinante da evolução epidemiológica dos mercados geradores de turistas para a Madeira, estamos no caminho certo para crescermos”.
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Um inquérito recente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) mostra que, entre junho e setembro, o mercado nacional foi o que mais marcou presença na Madeira, seguido pelo britânico. A ligação do Reino Unido à região é antiga e o governo quer manter esse vínculo. “A juntar aos contactos permanentes com o setor, nomeadamente com os operadores turísticos, o trabalho tem sido diário com as companhias de aviação, e organismos como o Turismo de Portugal (…), a Associação de Promoção da Madeira não tem parado na promoção em toda a linha do destino Madeira”, explica.
“Estamos a fazer a maior campanha promocional jamais feita pela Madeira junto do mercado inglês para potenciar a janela de oportunidade de sermos reconhecidos como uma região segura num país que não o é a nível do território continental. E a resposta foi imediata por parte das companhias de aviação, nomeadamente com a Jet2 que mais do que duplicou as frequências do Reino Unido com a Madeira”, remata.
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