A APCOR- Associação Portuguesa da Cortiça e os sindicatos do setor estiveram reunidos pela quinta vez para chegarem a acordo na negociação do novo contrato coletivo de trabalho. Mas, de acordo com um comunicado que a Associação fez chegar às redações, ainda não foi desta vez que houve entendimento entre patrões e trabalhadores: “as negociações não chegaram a uma conclusão depois de a APCOR- Associação Portuguesa da Cortiça, ter apresentado uma proposta que considerava o maior aumento salarial do século, ultrapassando os 2%.”
A associação que representa as empresas do setor considera que “da parte da APCOR há e houve sempre um esforço por encontrar um acordo que permita adequar o aumento sustentado e sustentável que tivemos ao longo dos últimos largos anos”.
Os patrões do setor da cortiça defendem que o aumento salarial proposto aos trabalhadores permite “ter um progressivo aumento do seu rendimento, que neste ano representa quase três vezes a estimativa para a inflação”, e dizem-se “disponíveis para atingir um acordo em linha com os aumentos alcançados nos últimos anos”.
Contactado pela Lusa, o dirigente do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte Alírio Martins refere – também em nome da delegação do Sul e da Confederação dos Sindicatos da Indústria, Energia, Transportes e Outros – que “nenhum representante dos trabalhadores vai prescindir do aumento de pelo menos 20 euros mensais no grupo 14, que é o que reúne 95% dos empregos da indústria corticeira e o que representa os salários mais baixos”.
Salientando que a diferença atual entre o aumento proposto por sindicatos e APCOR “está em menos de três euros mensais, o que significa 10 cêntimos por dia”, o sindicalista questiona: “Num setor que ganha rios de dinheiro, há empresas que se recusem realmente a pagar 10 cêntimos por dia por trabalhador, quando eles já são quem menos traz para casa ao fim do mês?”.
Os sindicatos também querem “mais justiça no pagamento de diuturnidades”, já que, atualmente, só delas beneficiam “os funcionários administrativos”, que, ao fim de seis anos de antiguidade, recebem “100,5 euros a mais por mês, enquanto o resto do pessoal não ganha um tostão extra que seja, tenha seis, 10 ou 15 anos de casa”.
Outras reivindicações que Alírio Martins quer ver aprovadas pela APCOR são “mais apoio para quem sofre de doenças profissionais e a referência expressa no texto do novo contrato coletivo de que é ilegal o assédio no trabalho, para ficar clara a posição da associação e os seus princípios”.
Notícia atualizada às 18:00 coma posição dos sindicatos.
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