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A Pedaços de Cacau, marca portuguesa de chocolate artesanal, está a ganhar dimensão no mercado dos produtos gourmet. A Sweet Portugal, pequena empresa dedicada à venda de artigos premium regionais embalados em típicas casas de lata, faz agora parte do universo empresarial de Raquel Lima. Esta empreendedora, autora de chocolates galardoados a nível nacional e internacional, decidiu agarrar mais um desafio e pegar num negócio “diferenciador”, com um conceito que alia gastronomia e cultura portuguesa, mas que desde a pandemia estava a perder fôlego.
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“Há uns anos que andava a namorar a Sweet Portugal”, admite a fundadora da Pedaços de Cacau. Em março deste ano surgiu a oportunidade de integrar este negócio no seu universo empresarial. Comprou então a marca e todo o stock. Raquel Lima prefere não revelar o valor do investimento, que foi realizado com capital próprio, mas explica que a anterior proprietária estava com muitas dificuldades em se dedicar a 100% ao projeto. E essa falta de tempo estava a ter consequências nas vendas. Nos primeiros anos, a Sweet Portugal faturava entre 10 e 12 mil euros, mas a covid-19 teve efeitos negativos no negócio. As receitas caíram para metade.
Fã confessa do conceito, e também fornecedora, Raquel Lima encetou mais uma maratona (a corrida é um dos seus hobbies). Logo nos primeiros metros direcionou a sua atenção para a loja online, que estava a necessitar de divulgação. Como explica, “as pessoas cada vez mais valorizam o seu tempo” e, por isso, a marca tem de assegurar uma boa presença no digital. A estrutura do negócio mantém-se quase inalterada. Os fornecedores – só produtores artesanais de compotas, bolachas, conservas e de patês, e onde se inclui a Pedaços de Cacau com o seu chocolate crocante a envolver bolachas de milho (medalha de ouro no Concurso Nacional de Chocolate de 2020) – são os mesmos, assim como todo o portfólio de artigos. Os cerca de 25 pontos de venda no território nacional, centrados nas regiões de Lisboa, Porto e Algarve, continuam também firmes parceiros, mas o objetivo é aumentar esta rede.
Doces casas
Com a atenção muito centrada nos turistas, nacionais e internacionais, a imagem de marca da Sweet Portugal são as casinhas de lata, que guardam produtos alimentares regionais. A casa do Algarve (com as suas paredes brancas de cal e os frisos amarelos) está recheada com uma conserva de sardinha e um patê de bacalhau. A de Lisboa (que recorda as casas de fado) com bolachas e compotas. Já a do Porto (com a roupa a secar nos estendais das fachadas) tem uns doces licorosos a lembrar o vinho da terra. São no total sete casinhas regionais que percorrem o país e a sua gastronomia, a que se soma a casa da chocolataria, e onde Raquel Lima nem pensa mexer. O cliente é convidado a degustar o produto e dar um novo destino à embalagem.
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Nesta fase inicial, o foco da empreendedora é divulgar a marca e incrementar a faturação. Este ano, o primeiro a seu cargo, acredita que as vendas podem chegar aos 15 mil euros. Dando a atenção que a Sweet Portugal carece, Raquel Lima está convicta que a pode levar pelos mesmos trilhos da Pedaços de Cacau. Atualmente, os chocolates artesanais fabricados em Vila Nova de gaia já chegam a 50 lojas, incluindo o El Corte Inglés Gourmet, e pontualmente aos mercados externos, gerando uma faturação da ordem dos 300 mil euros.
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