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A maior compra de comboios de sempre “não é mais um anúncio da CP”. O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, assegura esta sexta-feira, nas oficinas da empresa em Guifões, que será concretizada a compra de 117 novos comboios até ao final de 2029. Esta é a resposta às críticas de Jerónimo de Sousa, que acusou o Governo de fazer mais um anúncio.
“Precisamos de muito material circulante porque a procura vai continuar a aumentar nos próximos anos por causa do programa PART [de apoio à redução dos passes]. Vamos lançar o maior concurso da história da CP. Não é mais um anúncio da CP”, assegurou o ministro das Infraestruturas e da Habitação durante a inauguração das primeiras três carruagens ARCO, compradas há um ano a Espanha.
As declarações de Pedro Nuno Santos respondem às críticas de Jerónimo de Sousa. No último fim de semana, Jerónimo de Sousa afirmou: “este Governo está em funções há seis anos, este é para aí o 20.º anúncio da aquisição de comboios, mas por enquanto só chegou à CP algum material rebocado e em segunda mão.”
O ministro recordou que comprar um novo comboio não é um como ir a um concessionário de automóveis. Enquanto as 117 automotoras não chegam, a CP já recuperou um total de 67 unidades, entre automotoras, locomotivas e carruagens, tendo poupado 120 milhões de euros. A recuperação das unidades inclui 95% de incorporação nacional, segundo o primeiro-ministro, António Costa.
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A oficina de Guifões foi o epicentro da recuperação de comboios encostados. A unidade produtiva foi reaberta em janeiro de 2020 após ter estado praticamente uma década encerrada.
Os 117 novos comboios representam um investimento total previsto de 819 milhões de euros, segundo a resolução do Conselho de Ministros aprovada na semana passada. As novas unidades elétricas chegarão entre 2026 e o final de 2029.
A maioria dos comboios (62) será utilizada nos serviços urbanos da CP: 34 unidades vão servir para a Linha de Cascais e substituir material com mais de 60 anos; 16 destinam-se aos serviços urbanos de Lisboa, nas linhas de Sintra, Azambuja e Sado; haverá ainda 12 automotoras para os serviços urbanos do Porto.
Nos serviços urbanos, “fica ainda em aberto a opção de se adquirir até mais 36 unidades: 24 para a Grande Lisboa e 12 para o Grande Porto”, acrescentou o ministério de Pedro Nuno Santos em comunicado posterior ao Conselho de Ministros.
A CP também está autorizada a lançar o concurso para comprar 55 novos comboios regionais. Atualmente, este serviço baseia-se sobretudo nas mais de 50 unidades da série UTE 2240, com mais de 50 anos de serviço. A última modernização foi feita entre 2003 e 2005 e levou estes comboios a ficarem conhecidos, entre os ferroviários, como “Lili Caneças”.
De fora do concurso ficou a compra de 12 automotoras para o longo curso. Este investimento será da exclusiva responsabilidade da CP porque destina-se ao serviço Alfa Pendular, que não está incluído no contrato de serviço público entre a transportadora ferroviária e o Estado.
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