//Pedro Nuno Santos: “Prevemos ter perdas acumuladas de receita até 2025 no montante de 6,7 mil milhões”

Pedro Nuno Santos: “Prevemos ter perdas acumuladas de receita até 2025 no montante de 6,7 mil milhões”

A TAP recebeu uma Ajuda de Estado de 1.200 milhões de euros e, com isso, comprometeu-se a entregar um plano de reestruturação no prazo de seis meses. O plano de reestruturação da TAP foi enviado para Bruxelas esta quinta-feira, 10 de dezembro e foi apresentado esta sexta-feira.

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, explicou que o plano de reestruturação foi feito com base no cenário base de recuperação do setor da aviação civil da IATA mas sendo um pouco mais conservadores que a IATA. “Assim diminuímos a probabilidade das surpresas serem negativas”, admitiu.

Ainda assim, a quebra das receitas nos próximos anos é acentuada. Para a TAP, explicou o governante, “prevemos ter perdas acumuladas de receita até 2025 no montante de 6,7 mil milhões de euros”.

Perdas de receita que são “inevitavelmente, perdas que decorrem da curva de procura com que estamos a trabalhar. Exige que a TAP faça um ajustamento da sua dimensão, para que o peso do apoio público seja menor. Mais ajustada à realidade que vai enfrentar”.

“A TAP tem um conjunto de características que a torna menos competitiva. A TAP tem mais 19% de pilotos por aeronaves que os concorrentes. Mais 28% de tripulantes que concorrentes”, acrescentou. O ministro assegurou que não estava a dizer que os direitos dos trabalhadores não são justos, contudo, os custos salariais têm um peso “e a torna menos competitiva e tem consequências no negócio da TAP”.

“Os pilotos ganham mais que os nossos concorrentes. Não estamos a dizer que a responsabilidade da situação da TAP é dos trabalhadores. Mas os custos laborais são um peso”, disse, acrescentando que os custos laborais por piloto entre 2017 e 2019 subiram 37%.