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Cerca de mil pequenos acionistas do Credit Suisse (CS) vão apresentar um processo judicial contra a fusão forçada do banco com o UBS no sentido de obterem uma compensação pelas perdas em que incorreram após a compra do CS pelo UBS, em março, avança a edição digital do Financial Times (FT), citada pela agência AFP.
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A queixa será apresentada esta segunda-feira em Zurique, disse Arik Roschke, da Associação Suíça de Defesa dos Acionistas (SASV), à agência noticiosa AWP, confirmando a notícia avançada pelo FT, este domingo.
Cerca de 1000 acionistas do CS aderiram à queixa, tornando-se membros da SASV, explicou Roschke.
Em março, as autoridades suíças, temendo que o banco gigante Credit Suisse colapsasse — o que teria consequências catastróficas para o sistema financeiro mundial — organizaram em março, em tempo recorde, a compra do Credit pelo rival UBS, o maior banco da Suíça e um dos maiores do globo.
No entanto, o casamento rápido e de conveniência parece não ter salvaguardado o valor de muitos ativos detidos pelos pequenos investidores, que agora dizem estar revoltados contra o negócio, segundo informa a AFP.
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Os acionistas do Credit Suisse dizem que foram altamente prejudicados pelos termos da fusão, que avaliou o capital social do banco em cerca de três mil milhões de francos suíços (cerca de 3,1 mil milhões de euros ou 3,2 mil milhões de dólares).
Esta avaliação de três mil milhões de francos, decidida durante um fim de semana de negociações frenéticas, acabou por ser muito inferior (menos de metade) face aos sete mil milhões de francos que tinham sido anunciados dias antes do acordo.
Ainda de acordo com a AFP, uma ação coletiva semelhante está a ser preparada pela startup Legal Pass, que em julho anunciou ter angariado fundos suficientes de centenas de acionistas do Credit Suisse para avançar com a queixa.
Em julho, o Parlamento suíço abriu um inquérito sobre a aquisição do banco, um plano de resgate que foi desenhado pelo governo do País desde o primeiro momento.
UBS diz que não vai precisar de ajuda pública
A compra do CS pelo UBS podia colocar este último em stress financeiro, dependendo do tipo de problemas que ainda pudessem subsistir no Credit, mesmo já depois de ter ido à falência e de o pior ter ficado logo exposto.
Mas, na passada sexta-feira, o UBS fez saber através de Karin Keller-Sutter, ministra das Finanças da Suíça, que vai prescindir da garantia estatal de 9,3 mil milhões de euros dada pelo Governo suíço no âmbito da compra do CS, segundo avançou a Lusa.
“A garantia de cobertura de eventuais prejuízos para o banco UBS era uma das condições oferecidas no final de março para a controversa aquisição pelo banco UBS do Credit Suisse, em conjunto com um preço de compra muito abaixo do seu valor em bolsa (3,1 mil milhões de euros)”, escreveu a agência noticiosa portuguesa.
Além disso, o banco suíço UBS também não acionou empréstimo público acordado com o Banco Nacional Suíço, uma ajuda que poderia ascender a 103 mil milhões de euros, afirmou ainda a ministra das Finanças suíça.
Com estas decisões, “os contribuintes não correm nenhum risco em relação às garantias acordadas com o banco UBS”, realçou Keller-Sutter.
* Com agências AFP e Lusa
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