//Perda de valor dos ativos térmicos leva a queda de 18% dos resultados líquidos da EDP

Perda de valor dos ativos térmicos leva a queda de 18% dos resultados líquidos da EDP

A EDP excedeu os seus objetivos no que diz respeito à performance financeira. Foi desta forma que Rui Teixeira, chief financial officer da EDP iniciou a apresentação de resultados de 2021 do grupo.

O grupo EDP grupo acabou o ano com um EBITA de 3735 milhões de euros, o que representa um crescimento de 7% face ao ano anterior. Quanto ao resultado líquido recorrente o grupo registou 826 milhões de euros, o que “também representa um crescimento de 6%”. Também importante, sublinhou o executivo da EDP, foi a redução da dívida líquida para cerca de 11,5 mil milhões de euros – “em linha com o que estava previsto” e que “é fundamental para o cumprimento do nosso objetivo estratégico de manter um balanço sólido e de manter os ratings triple B que já alcançámos”.

Para estes resultados a prestação das renováveis foi essencial – registaram “um crescimento recorde de 2,6 mil megawatts instalados durante 2021 – a par de uma estratégia de rotação de ativos “que permitiu concretizar ganhos que impactam positivamente estes resultados”. Ainda nas renováveis, Rui Teixeira destacou a prestação do negócio em Portugal, Espanha e Brasil.

“Do lado menos bom esteve a gestão de energia” que, explica o executivo da EDP, resulta de dois pontos: a falta de chuva (diga-se diminuição do recurso hídrico), que levou a uma menor produção do que a perspetivada e, por outro lado, os preços da eletricidade muito elevados. A questão é que “vendemos mais energia a clientes do que temos capacidade de produzir”. Energia que tem de ser comprada ao mercado, sendo que, nomeadamente no quarto trimestre de 2021, os preços elevados – tanto na eletricidade como no gás – “acabaram por ter um impacto negativo na nossa performance”.

Mesmo assim, Rui Teixeira faz uma avaliação positiva e refere que a empresa vai levar à assembleia geral uma proposta de distribuição de dividendos de 19 cêntimos por ação.

Sobre o resultado líquido, Rui Teixeira alerta que o valor contempla uma perda do valor dos ativos térmicos. “Registámos imparidades antes de impostos num total de 230 milhões de euros”, o que faz com que o líquido que é reportado tenha “uma queda de 18%” face a 2020, para um total de 657 milhões de euros. Mas que não é mais do que o reconhecimento de que estes ativos, a longo prazo, “não têm tanto valor como aquele que tínhamos reconhecido”.