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A Associação Business Roundtable Portugal (BRP) está a desenvolver, em parceria com o Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), um guia de boas práticas em matéria de governança destinado às pequenas e médias empresas nacionais. O documento, que será apresentado publicamente em meados de setembro, tem por objetivo promover junto deste universo, que representa 99,9% do tecido empresarial nacional, as melhores práticas em termos de governo societário, tendo em vista “potenciar o desempenho e a criação de valor”. O objetivo último é dar resposta à ambição de que Portugal volte a integrar o top 15 europeu em termos de riqueza per capita. Atualmente, ocupa a 21.ª posição.
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Para Ana Paula Marques, sponsor do Grupo de Trabalho Governance na associação e administradora executiva da EDP, o “contexto de volatilidade” que vivemos torna “fundamental que as PME adotem uma visão de longo prazo, com práticas de gestão sólidas”. Já Clara Raposo, vogal da direção do IPCG, lembra que a transparência associada às boas práticas de governança permite “acesso, com maior facilidade, a financiamento e a novos investidores, e ao potencial de crescimento que tal acarreta”.
A temática constitui uma dos eixos fundamentais da atuação da Associação BRP, entidade que representa 42 dos maiores grupos empresariais e que pretende, com as suas iniciativas, “acelerar o crescimento económico e social para garantir um país mais justo, mais próspero e mais sustentável”.
1,3 milhões de empresas é o número total de PME em Portugal. Representam 99,9% do tecido empresarial e dão emprego a 4,2 milhões de trabalhadores
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Ana Paula Marques reconhece que o termo corporate governance é muitas vezes associado às grandes empresas e, por isso, com este guia a associação pretende mostrar que “qualquer empresa, independentemente da sua dimensão ou tipologia societária, deve ter práticas muito fortes neste domínio porque isso a levará, necessariamente, a maior crescimento”. Acredita que a boa governança “acelera o desenvolvimento das organizações e vai permitir que estas ganhem escala e se tornem realmente globais”.
Com larga experiência na matéria, Clara Raposo está convicta que as experiências e os resultados obtidos com grandes empresas podem ser replicados, com as devidas adaptações, às PME. “O dia-a-dia e as necessidades são diferentes, por comparação com uma empresa que trabalha à escala global, mas alguma coisa tem que se fazer. O peso das grandes empresas no PIB nacional é inferior ao de outras grandes economias europeias e seria bom termos empresas com maior peso no panorama internacional e que, se calhar, só precisam de um empurrãozinho para implementarem alguns mecanismos e controlos internos”, diz.
A vogal do IPCG e presidente do ISEG Lisbon School of Economics and Management admite que as PME não terão ainda acordado para esta temática por “desconhecimento ou falta de tempo”, na medida em que são empresas “com um número muito limitado de colaboradores”, mas está convicta que uma campanha de sensibilização poderá ajudar a mudar este panorama.
O trabalho, iniciado em outubro de 2021, foi coordenado por André Campos, diretor de Estratégia da Sogrape, e incluiu contributos de colaboradores da EDP e da Sogrape, mas também do BPI e da Sonae. Além do guia de boas práticas, estão ainda a ser desenvolvidos outros instrumentos, designdamente um modelo de scoring, que permitirá às empresas aferirem do seu grau de maturação a nível de governo societário.
O terceiro pilar do programa da associação BRP contempla uma equipa de conselheiros, formada por quadros de elevado potencial das empresas associadas, que irão ajudar na implementação destas práticas.
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