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O mercado de realidade virtual e aumentada pode ter chegado ao ponto de viragem que procurava há algum tempo, voltando a registar volumes de vendas que a indústria não via há mais de seis anos. Em 2021, as vendas de óculos AR/VR quase duplicaram e a expectativa é de que continuem fortes nos próximos anos,
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Segundo os dados da consultora IDC, foram vendidos 11,2 milhões de óculos de realidade virtual e aumentada no ano passado, o que significa um salto de 92,1% em relação ao ano anterior.
O grande crescimento deveu-se, em grande parte, à forte procura pelos Oculus Quest 2 da Meta (ex-Facebook). A IDC notou também que cerca de metade do volume total de dispositivos foram vendidos no último trimestre do ano, espelhando uma robustez do segmento durante a época natalícia.
“A Meta tem liderado a indústria AR/VR ao oferecer um dispositivo com preço acessível e ao mover-se para lá da audiência dos videojogos, atraindo o interesse de consumidores que não jogam e também de empresas”, explicou Jitesh Ubrani, analista da IDC.
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“A marca ainda não tem concorrentes de peso, apesar de ser provável que isso mude nos próximos 12 a 18 meses quando a Sony reentrar neste espaço com a PSVR2” continuou o especialista. Ubrani referiu que o mercado continua também na expectativa de que marcas como a Apple e outros fabricantes de smartphones eventualmente lancem óculos “e atraiam muita atenção dos utilizadores finais.”
Os números de 2021 mostram que o Quest 2 da Meta foi o dispositivo mais vendido, com uma quota muito expressiva do mercado: 78% do sector combinado de AR e VR. A DPVR ficou em segundo, sobretudo devido ao sucesso nos mercados asiáticos, tendo garantido 5,1% de quota. A Pico VR, que pertence à ByteDance (dona do TikTok) aparece em terceiro, com 4,5%. Não só devido ao bom desempenho na Ásia, mas também com vendas na América do Norte e na Europa Ocidental, onde ajudou a preencher a lacuna deixada pelo Oculus Go, que a Meta descontinuou.
A HTC, uma pioneira deste mercado, e a iQIYI fecharam o top 5.
O que se espera em 2022
A IDC antecipa que a entrada de novas marcas e uma maior adesão do segmento empresarial dê um impulso às vendas em 2022, ano em que deverão crescer 46,9%. O ritmo vai manter-se nos dois dígitos pelo menos até 2026, quando a consultora espera que sejam vendidas 50 milhões de unidades de óculos de realidade virtual e aumentada. A média anual de crescimento será de 35,1%.
O analista Tom Mainelli ressalvou que os dispositivos de realidade aumentada representam apenas uma pequena fracção do mercado e que, neste caso, as vendas são na área empresarial.
Em termos de consumo, a realidade aumentada está sobretudo nos smartphones e tablets e aí permanecerá no curto prazo.
A discussão em torno do metaverso começa a gerar interesse e investimento em torno da realidade aumentada, virtual, e de outras tecnologias adjacentes, “mas não esperamos que este comportamento fervilhante tenha impacto nos volumes de óculos no curto prazo.”
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