//Portugal e Espanha partilham problemas na indústria automóvel

Portugal e Espanha partilham problemas na indústria automóvel

As câmaras do comércio de Portugal e Espanha juntaram as associações automóveis dos dois países. Do debate de uma hora resultou a partilha de problemas comuns no fabrico de peças e de veículos na Península Ibérica. A pandemia veio trazer dificuldades acrescidas a uma indústria que já estava empenhada na revolução do automóvel até ao final desta década.

“Vamos ter de reiniciar todos os nossos processos de produção. Nesta crise pandémica, ficou muito expressa a nossa dependência do Oriente”, assinalou Jorge Rosa, um dos membros da direção da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

O coronavírus tornou-se num desafio adicional para uma indústria que já estava a lidar com a conectividade, a partilha de carros e a eletrificação. “Vivemos uma momento único, de alteração do paradigma de produção; o nosso produto está em mudança”, salientou o líder da associação de fabricantes de componentes para automóveis AFIA, José Couto.

No final de 2019, a indústria automóvel portuguesa representava 7,5% do produto interno bruto nacional. Em Espanha, esta atividade representa um décimo da economia. Mas nem por isso os problemas são menores para os vizinhos ibéricos.

“Se não acelerarmos a nossa competitividade, poderemos ter problemas de viabilidade, por causa da concorrência dos países do Leste europeu e de Marrocos”, receia o líder da associação automóvel espanhola ANFAC, José Vicente de los Mozos.