O embaixador do Reino de Marrocos em Portugal, Othmane Bahnini, considerou esta quinta-feira, em Lisboa, que os setores automóvel, energético, têxtil e tecnológico têm “um enorme potencial” em termos de exportação, importação e investimento entre Portugal e Marrocos, sublinhando planos para projetos conjuntos em África.
No Fórum Económico Portugal-Marrocos, que decorre no hotel Pestana Palace, disse que ambos alcançaram projetos “estruturantes e com fortes benefícios económicos a longo prazo”, nomeadamente o de interconexão elétrica, atualmente em marcha. É também o caso das conversações iniciadas em torno da criação de uma linha marítima entre Tanger – Faro ou Portimão. “Esta linha justifica-se, cada vez mais, dado o crescente fluxo de trocas comerciais registadas nos últimos dez anos”, refere.
Othmane Bahnini não esconde a vontade de aproximar cada vez mais os países. “Multiplicaremos as ligações diretas entre os nossos países e será criado um quadro propício para o desenvolvimento da cooperação bilateral e regional”, garante, salientando a assinatura de um memorando de entendimento sobre o desenvolvimento de uma relação triangular Marrocos -Portugal – Países Africanos. Esse passo, acredita, abrirá “novas oportunidades para trabalharmos juntos em zonas como a África Ocidental e a África Lusófona, onde as nossas áreas de especialização podem ser conjugadas para realizar investimentos e entrar em novos mercados”.
Relação histórica
O responsável lembrou também que Marrocos e Portugal, ao longo da história, “construíram serenamente um relacionamento sólido, baseado na compreensão e na consideração de interesses mútuos”. No entanto, frisa: “Acredito firmemente que podemos fazer melhor no plano económico, porque possuímos muitos recursos e potencialidades”.
No plano geográfico, prossegue, “estamos próximos, não paramos de o repetir e em afirmar que Lisboa é a capital europeia mais próxima de Rabat”, frisando que também “não nos podemos esquecer que temos uma fronteira marítima comum que nos oferece enormes potencialidades e estamos, igualmente, na ponta de dois continentes com uma abrangência regional da qual não aproveitamos o suficiente”.
Quanto ao plano cultural, “não há necessidade de recorrer à nossa história e civilização comuns para sabermos que é um fator único de reaproximação”, diz.
Voltando ao plano económico, considera que as economias de ambos os países “complementam-se em vários aspetos”, mostrando-se convicto de que é possível criar “sinergias ainda mais fortes entre as duas economias, maximizando as nossas potencialidades”.
Este fórum é uma iniciativa conjunta da CIP com a Confederação Geral das Empresas de Marrocos. Estão representados setores considerados estratégicos, como as tecnologias de informação e comunicação, a energia e sustentabilidade energética, automóvel e têxtil, entre outros.
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