//Portugal não precisa de mudar de bitola, segundo Bruxelas

Portugal não precisa de mudar de bitola, segundo Bruxelas

Portugal não precisa de mudar a bitola (largura dos carris) das linhas ferroviárias. Esta é a resposta da Comissão Europeia a um grupo de 29 personalidades portuguesas que a 12 de agosto alertou a comissária europeia dos Transportes, Adina Valean, para a possibilidade de Portugal se tornar uma ilha ferroviária na Europa devido ao atraso em substituir a bitola ibérica por bitola europeia nas linhas internacionais.

Mesmo salientando que a interoperabilidade ferroviária da Península Ibérica com o resto da União Europeia é de “elevada importância”, Bruxelas diz que “a bitola europeia não é necessária em todo o lado”. Diz mesmo, de forma taxativa, que “uma reformulação total da rede ferroviária nacional para bitola implicaria investimentos massivos e teria mesmo de incluir os portos nacionais”.

A resposta a esta carta foi dada por Herald Ruijters, da direção de Mobilidade e Transportes da Comissão Europeia. O conteúdo desta missiva foi divulgado esta terça-feira pela associação dos transportes ADFERSIT.

O mesmo responsável lembra que a rede de transportes transeuropeia apenas impõe a existência de bitola europeia nas novas linhas construídas a partir de 2014. Em Portugal, por exemplo, na nova linha entre Évora e Elvas, apesar de ser utilizada a bitola ibérica, será colocada uma travessa de betão polivalente que permitirá uma eventual transição para bitola europeia.

“Mais do que mudar a bitola”, Bruxelas dá prioridade a outras soluções para melhor a utilização das linhas ferroviárias, como a eletrificação de vias e a eliminação de pendentes. Desta forma, é possível potenciar a existência de comboios com 750 metros de comprimento, tornando a ferrovia mais competitiva para o transporte de mercadorias do que o camião.

A colocação de comboios com eixos telescópicos (para circulação nas duas bitolas) ou a inclusão de cambiadores de via (como existem em Espanha) são outras das soluções propostas pela Comissão Europeia.

Entre os signatários deste documento encontram-se, além de Luís Mira Amaral, o empresário Henrique Neto, o ex-secretário de Estado da Justiça João Luís Mota Campos, o presidente da Associação Empresarial de Portugal, Luís Miguel Ribeiro, bem como o presidente da Câmara Municipal de Viseu, António Almeida Henriques, e o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão José Augusto Felício.

Portugal conta com um total de 2562 quilómetros, dos quais perto de 900 encontram-se ainda por eletrificar.

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