A partir do próximo mês, há uma nova marca de smartphones a chegar às lojas portuguesas. Marcas como a Blackberry ou a Alcatel fazem parte do universo da TCL, mas só agora é que a empresa faz a estreia em nome próprio.
A chinesa TCL tem no seu portefólio várias marcas e produtos, mas Stefan Streit, diretor-geral da área de marketing da TCL, descreve que a empresa agarrou “a oportunidade” de lançar um telefone em nome próprio, antecipando-se ao plano inicial, marcado para 2020. O telefone chama-se TCL Plex e vai estar à venda em quatro mercados europeus: Portugal, Turquia, Espanha e Alemanha.
“Escolhemos Portugal porque temos uma posição forte com a Alcatel no mercado, temos uma equipa muito capaz, boa relação com o cliente e acreditamos que este produto é uma boa oportunidade para Portugal. Mas a escolha está muito focada nas nossas capacidades e na posição de mercado, porque assim não precisamos de criar as coisas de raiz”, enumera Stefan Streit.
Mas esta é a justificação para Portugal onde, devido aos impostos, este telefone será mais caro. Na apresentação, feita no âmbito da IFA, o Plex foi apresentado a 329 euros. Em Portugal, custará mais 20 euros. “Em Portugal, o telefone da TCL será mais caro, devido aos impostos – mas essa é a única razão”, esclarece.
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A proposta da TCL nos telefones em nome próprio é clara: aplicar as técnicas que desenvolveu noutras áreas de negócio, nomeadamente na imagem, e fazer chegar os equipamentos a um preço acessível. “ Tentamos trazer as coisas para um segmento mais acessível. A TCL não é uma marca que possa praticar preços de uma marca premium, é por isso que acreditamos que, tudo o que estamos a colocar neste produto e as especificações, neste preço, é algo que queremos mostrar, que somos capazes de fazer isto”.
Stefan Streit adota uma postura realista relativamente aos mercados e reconhece que “é um trabalho passo a passo”. Mas sublinha que há ambição nesta caminhada. “Não estamos cá para as vitórias a curto prazo, queremos mesmo começar a criar uma consciência de que a TCL também vende smartphones”.
“Estamos a construir as coisas passo a passo, vamos trabalhar em mais telefones, começar a mostrar a área dos televisores e outros produtos… Mas tudo isto leva tempo porque olhamos de forma detalhada para os mercados, a longo prazo. E não há muitas empresas neste mundo que possam fazer isto”, ressalva. “Nenhum dos outros fabricantes chineses faz isto – têm smartphones, redes… Mas ninguém tem este tipo de portefólio. De certa forma, somos um pouco como a Samsung, mas da China”, brinca, mas deixa claro que não se trata de “um desafio” à sul-coreana.
“Queremos vender a maior quantidade possível, claro. Mas temos expectativas muito claras, porque sabemos que este tipo de situações precisa de tempo. Para nós, é mais importante fazer um bom trabalho antes de traçar metas”, explica o responsável de marketing da empresa chinesa. “Vamos aceitar aquilo que pudermos, mas não vamos viver e morrer só com este produto, há muito mais a caminho. Esta é apenas a apresentação”, aponta, referindo-se ao telefone Plex.
Novos formatos e 5G na ‘calha
Ainda durante a apresentação do Plex, Stefan Streit fez questão de tirar do bolso um telefone dobrável, que mostrou aos jornalistas e clientes presentes na apresentação. O responsável da TCL explica que a empresa tem vários conceitos de formatos de smartphone – que estiveram em exposição no stand da marca na IFA.
“Temos planos para um lançamento algures a meio do próximo ano, mas só quando a tecnologia estiver madura e estivermos satisfeitos com a experiência. Atualmente, os produtos dobráveis são demasiado caros: temos de ter a parte dobrável, muitas câmaras, lançar com compatibilidade 5G… Claro que tudo isto vai sair caro”, explica. Ainda assim, acredita que “se for um produto diferente, que se dobre para dentro e que não seja usado quando está fechado… isso é algo relativamente fácil de se fazer a um preço acessível”.
Mas e sobre o 5G? A compatibilidade com a próxima geração de redes móveis tem sido uma aposta de marcas consolidadas no mercado, como a Samsung ou a Huawei. Para Stefan Streit, não há que ter pressa neste tipo de equipamentos. “Há empresas que querem ser as primeiras a lançar este tipo de equipamentos – e está tudo bem com isso – mas o 5G não vai desaparecer, vai durar uns anos”. Não resiste a uma comparação. “Nós estamos no 4G, mas ainda vendemos equipamentos com 3G. As coisas levam o seu tempo”.
Enquanto os smartphones com 5G ultrapassam largamente os mil euros, nas faixas premium, o responsável da TCL acredita que há margem para equipamentos mais acessíveis. “Acreditamos que, para o próximo ano, já se comecem a ver equipamentos 5G a 499 euros”.
* A jornalista viajou para Berlim a convite da TCL.
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